ATA DA SEXAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 03-8-2011.

 


Aos três dias do mês de agosto do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Helena da Ipê, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas, Professor Garcia, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Após, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº 042/11, de autoria do vereador Adeli Sell, amanhã, no Meeting de Marketing sobre “O Programa Nacional de Banda Larga e os conteúdos criativos”, às doze horas, na sede da Federação das Associações Comerciais do Estado do Rio Grande do Sul – FEDERASUL –, em Porto Alegre; nº 032/11 (Processo nº 2769/11), de autoria do vereador Beto Moesch, nos dias cinco e seis de agosto do corrente, no lançamento do Comitê São Paulo em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, no Auditório Tucarena da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, às nove horas e trinta minutos, no Município de São Paulo – SP –; e nº 064/11, de autoria do vereador Carlos Todeschini, , amanhã, no seminário “Profissionais do CREA-RS na Copa de 2014”, às quatorze horas, no Teatro Dante Barone do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Também, foi apregoado Requerimento s/nº (Processo nº 2749/11), de autoria da vereadora Maria Celeste, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, do dia de hoje ao dia cinco de agosto do corrente, em Reunião do Fórum Legislativo de Direitos Humanos, na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em Brasília, DF. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Pedro Ruas, Líder da Bancada do PSOL, solicitando a substituição do nome da vereadora Fernanda Melchionna pelo de Sua Excelência, na representação da Bancada do PSOL na Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de Futebol de 2014. Do EXPEDIENTE, constaram: Comunicados nos 69488, 69490, 69491, 69492 e 69493/11, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE –; Ofícios nos 238, 242, 247, 251, 279, 287, 323 e 338/11, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em prosseguimento, por solicitação do vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à senhora Dionysia Bonow Lemieszek, falecida no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, este pelo Governo, Maria Celeste, esta pela oposição, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Reginaldo Pujol. Em prosseguimento, o senhor Presidente registrou o comparecimento, nos termos do artigo 139 do Regimento, do senhor João Pancinha, Diretor-Presidente da Companhia Carris Porto-Alegrense, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que apresentou o balanço social da Companhia Carris Porto-Alegrense referente ao primeiro semestre do corrente ano. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra aos vereadores Carlos Todeschini, Adeli Sell, Mauro Pinheiro, Professor Garcia, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim, Maria Celeste, Bernardino Vendruscolo, Aldacir José Oliboni e João Antonio Dib, que se manifestaram acerca do assunto em debate. Também, a senhora Presidenta concedeu a palavra ao senhor João Pancinha, para considerações finais. Às dezesseis horas e dezessete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Helena da Ipê e o vereador João Antonio Dib. Após, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de autoria do vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/10 (Processo nº 1104/10) e, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria da vereadora Sofia Cavedon, solicitando que essas Emendas fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de autoria do vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 030/10 (Processo nº 0790/10) e, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria de Sua Excelência, solicitando que essas Emendas fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Sebastião Melo, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia oito ao dia treze de agosto do corrente. Às dezesseis horas e trinta e um minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 054 e 058/11 (Processos nos 2669 e 2752/11, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/10 (Processo nº 1104/10), após ser encaminhado à votação pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Pedro Ruas, Dr. Raul Torelly, Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, Luciano Marcantônio e Luiz Braz. Foram aprovadas as Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/10. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/10. Na oportunidade, o senhor Presidente registrou o transcurso, ontem, do aniversário da vereadora Sofia Cavedon, convidando o vereador João Antonio Dib e as vereadoras Helena da Ipê e Maria Celeste para procederem à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 043/11 (Processo nº 1451/11), após ser discutido pelo vereador Elói Guimarães. Às dezessete horas e vinte minutos, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 026, 027 e 025/11, este discutido pela vereadora Maria Celeste e pelos vereadores Carlos Todeschini, Adeli Sell e Engenheiro Comassetto; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 077 e 056/11, este discutido pelo vereador Dr. Raul Torelly, e o Projeto de Resolução nº 020/11. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Idenir Cecchim. Durante a Sessão, os vereadores Mauro Zacher e Sebastião Melo manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e cinquenta e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão. Agradeço ao Ver. DJ Cassiá, que fez a primeira verificação de quórum, pois eu acompanhava o almoço na Federasul com o Presidente da Assembleia Legislativa.

Cumprimento a Verª Maristela Maffei, que assume a titularidade.

Em diálogo com as Lideranças de situação e oposição, construímos o Comparecimento de hoje à tarde com a presença do Diretor-Presidente da companhia de ônibus Carris Porto-Alegrense.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Presidente, acredito que não prejudicaremos em nada a organização dos trabalhos que as Lideranças acertaram, se antes prestássemos uma homenagem póstuma à Srª Dionysia Bonow Lemieszek, ontem falecida, e sepultada hoje. Essa senhora está no rol dos homenageados da Casa. Num determinado momento, recebeu uma distinção nossa, há dez anos, não sei precisar se foi cidadania ou liderança comunitária, mas foi em uma das homenagens que tivemos no passado. E a família enlutada é a Bonow, família com a qual tenho muitas vinculações; a Dona Nininha era a tia preferida do Deputado Germano Bonow. Então, proponho à Casa um minuto de silêncio.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está deferido o pedido de um minuto de silêncio.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Cara Presidente Sofia Cavedon; estimado colega e amigo Secretário Pancinha; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores; nossos telespectadores e ouvintes desta Sessão, em 12 de junho de 2007, o Presidente Lula, baixou um conjunto de medidas visando contribuir com as exportações brasileiras, e decidiu, naquele conjunto de medidas, o aporte de R$ 4,5 bilhões aos exportadores; R$ 4,5 bilhões à taxa de juros de 8,5% ao ano.

No dia de hoje - e isso foi informado inclusive no jornal de ontem -, a Presidente Dilma também gera um plano de empregos e, mais uma vez, concede benefícios aos exportadores brasileiros, e eu concordo com essas medidas, minha cara Presidente. Acontece que eu estou, há cinco anos, numa batalha, falando da importância da pequena empresa. Para exportadores, taxa de juros de 8,5% ao ano! Para o pequeno empresário, no Banco do Brasil, hoje, asseguro que a taxa é bem mais do que 2% ao mês!

Eu mandei correspondência ao Presidente Lula, à Presidente Dilma, aos Deputados Federais do meu Partido. Hoje e sempre, se um pequeno empresário quer e precisa parcelar os seus impostos de dez, oito ou cinco mil reais, é proibido, não há lei neste País que viabilize ao pequeno empresário, Ver. Toni Proença, o parcelamento de quatro, cinco mil reais. Agora, para os grandes, eu tenho certeza de que, no Congresso Nacional, todos os Deputados se comportam e correm feito loucos para aprovar essas medidas, Ver. Idenir Cecchim. Está errado, é uma injustiça, não dá para tolerar! Por que se demora cinco, seis, oito anos para parcelar débito de quatro, cinco, seis mil ao pequeno empresário, se a cada semana se vê benesses aos grandes? Está errado. É injusto, é imoral, não está certo. Não está certo! A pequena empresa brasileira emprega mais do que as grandes; para 57% dos empregos formais deste País, quem contribui são os menores. Não consigo compreender a ladainha nacional de Projeto de Lei para microempresa, que está há mais de dois anos andando, de uma gaveta para outra, no Congresso Nacional. E a Presidente Dilma não apresenta o Projeto com urgência.

Está errado esse tipo de condução da política brasileira - está errado! Eu votei na Presidente Dilma, mas ela está errada. Vamos contribuir para os menores também. Está certo emprestar recursos para a exportação e para gerar renda. Agora, sempre para os grandes do nosso País, não. Está errado!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras; público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, já havíamos ouvido falar que, de fato, o atual Governo gosta de criar Secretarias e CCs. Ao olharmos o Espelho de hoje, vemos que o Governo Municipal quer criar mais uma Secretaria, a Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego. Quem agora - o Fortunati ou, anteriormente, o Fogaça - vai atender? Quem está ali pressionando, talvez desempregado? O Governo passa a atender os apadrinhados, para atender à coalizão, para criar CCs e trazer a sua turma para mais perto dele. Onde está a responsabilidade com a Cidade? Olhem o que estão dizendo os hospitais filantrópicos em Porto Alegre: que precisam de mais de R$ 100 milhões para atenderem à necessidade da população de Porto Alegre. Onde está a gestão da saúde? Recentemente, apoiamos aqui a criação do IMESF. Aliás, fomos contra; depois apoiamos por algumas emendas que melhoraram e qualificaram o Projeto. E o Governo deveria ter assumindo o compromisso da absorção desses trabalhadores três meses depois. O prazo venceu no dia 6 de julho e foi sancionado em maio! Onde está a responsabilidade desse Governo, que não assume nem mesmo as leis que sanciona?

Nós estamos muito preocupados. Essa Secretaria, com certeza, é para atender alguém que está reclamando, ali na fila, que o Governo não atende à necessidade ou ao apelo do Governo de coalizão. Mas onde fica a população, Ver. Pedro Ruas? São milhares de pessoas que batem à porta de uma emergência e não conseguem atendimento; batem à porta do posto de saúde e não conseguem uma consulta; ficam anos esperando por uma consulta de especialidade, Verª Maristela Maffei, e não conseguem nem a consulta, muito menos a cirurgia. São milhares de pessoas que estão clamando aos Vereadores, aos políticos em geral - Ver. Mauro Zacher, V. Exª, que é da base do Governo, sabe muito bem -, porque as emergências estão lotadas, e nenhum hospital ainda ampliou seus serviços, porque o gestor nem sequer ampliou os seus serviços públicos, muito menos comprou vagas na rede que as oferta - como é o caso dos hospitais filantrópicos.

O Ver. João Antonio Dib fica até estressado quando ouve aqui um Vereador falando. E é exatamente porque o Partido dele, que está na coalização do Governo Federal, por exemplo, não apoia a aprovação da PEC nº 29. Não adianta querer ser oposição quando se está dentro do Governo. O PMDB, o PP estão dentro do Governo, mas aí, aqui na base, fazem oposição e não apoiam o Governo Dilma para implementar as grandes mudanças. No entanto, eles não percebem que, no Governo Federal, estão todos juntos com o PT, apesar de dizerem que é só o PT que manda lá. Vamos pisar no chão e dizer ao cidadão que está do outro lado da telinha que o gestor municipal não está olhando com a devida atenção o cidadão da nossa Cidade, porque nós somos Vereadores e operamos a fiscalização dos serviços públicos aqui em Porto Alegre, e, se está faltando uma vaga para um leito hospitalar, nós somos os culpados. Mais ainda: é o gestor, que não viabiliza o atendimento desse cidadão. Ou vamos esperar aconteça aqui o que está acontecendo lá no Norte, no Nordeste e que passou na televisão no domingo? Vamos esperar acontecer isso? Não! Nós temos que cobrar do gestor mais agilidade, mais responsabilidade, para que o cidadão que ali for buscar o serviço público possa tê-lo imediatamente, mas isso não é o que pensa o atual Governo; ele quer é criar Secretarias. Já passaram de dez nesta gestão. Mais uma chega a esta Casa para poder, quem sabe, atender os seus apadrinhados, criando Secretarias e mais CCs, Ver. Todeschini.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou incorrer no mesmo erro, na deselegância dos colegas que me antecederam, qual seja, pedir Comunicação de Líder quando nós temos alguém para ser ouvido na Casa, que teria primazia, como ontem eu vi no Senado: o Ministro Alfredo Nascimento teve toda a Sessão só para ele. Esse aqui é um exemplo.

Agora, falta autoridade moral para o PT criticar o Prefeito Fortunati. Só pode criticar quem não cometeu o mesmo erro. Eu tenho falado constantemente contra a criação de Secretarias, Ministérios e contra um maior números de Vereadores, Deputados, Municípios e Estados. Eu tenho falado sempre. Agora, o PT iniciou a criação de Secretarias e fez terceirizações quando não podia terceirizar por lei, Lei Municipal desta Casa, sancionada por mim quando Prefeito, mas eles terceirizaram tudo. Eles criaram centenas de Cargos em Comissão, e agora vêm aqui com a singeleza, podendo falar na Pauta - o Projeto está em Pauta; ele poderia se inscrever e falar na Pauta -, mas o Ver. José Oliboni achou que o melhor seria usar o tempo de Liderança e destruir aquilo que ele imaginava que poderia destruir. Mas isso ele não poderia fazer, porque falta moral ao PT para falar em Saúde neste País. O Dr. Lula, que agora faz palestras muito bem pagas - e eu não entendo por que -, impediu que fosse votada não a PEC nº 29, mas a Emenda Complementar nº 29 da Constituição, que daria condições de melhor saúde para os brasileiros; roubou dos brasileiros o direito à Saúde.

Agora, o Município de Porto Alegre, até quando o PT estava no Governo, fazia mais dos que os 15% que determina a Constituição para a aplicação na Saúde. O Município de Porto Alegre respeitou. O Dr. Olívio Dutra também não pagou aquilo que deveria repassar ao Município, e a Justiça o condenou. Eles esquecem de tudo isso, até, deselegantemente, de usar o tempo de Liderança para fazer uma crítica que poderia ser feita no momento do debate da matéria em Pauta - em 1ª Sessão de Pauta hoje -, mas precisa ter moral para fazer, e essa moral eles não têm.

Lamento muito me pronunciar dessa maneira, não é a maneira que eu faço, mas o que falta é moral. Quem criou Secretarias, quem terceirizou serviços não podendo terceirizar, quem criou centenas de Cargos em Comissão não tem moral para falar. Portanto, cometeu dois erros o Ver. Oliboni: não precisava usar aquele tempo e não tinha autoridade para dizer o que disse.

O Brasil necessita de mais Saúde, e o Governo Federal, repetindo agora, o Lula, também não deixou votar no primeiro semestre como foi prometido. Vamos ver o segundo semestre. Espero que deixem votar. E quero dizer que, no Governo do PT, também a Educação não foi respeitada nos 16 anos. Os 25% não foram usados. Eu nunca critiquei, mas vamos falar a verdade agora: houve anos em que ficou bastante abaixo dos 25%. E eu não critiquei, porque o Tribunal de Contas disse isso, eu não precisava dizer!

Então, ele perdeu uma oportunidade de ficar calado. O silêncio, às vezes, é de ouro, e ele jogou fora. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu quero tranquilizar os Vereadores no sentido de que o Vereador e Presidente da Carris, João Pancinha, está bastante tranquilo e concordou com este momento de debate de Lideranças. Inclusive nós agradecemos. Ele é Vereador e estava com saudade dos debates desta Casa!

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, como o Ver. Oliboni, já havia aberto mão de falar neste momento para que houvesse o comparecimento do nosso colega Ver. João Pancinha, mas, diante do nervosismo do Líder do Governo e da forma veemente como atacou a Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu também não poderia deixar de usar o tempo de Liderança, neste momento, para dizer, inclusive, Ver. João Antonio Dib, que, em relação à Saúde, o Município de Porto Alegre melhorou no último período, é verdade, com a intervenção do Secretário Carlos Casartelli, mas, por outro lado, os dados apresentados pela execução orçamentária, no que tange à Saúde, são bastante preocupantes.

Em relação à Emenda Constitucional nº 29, um tema que tem sido debatido no Congresso, se o senhor, tão bem-informado como é, percebeu, existe inclusive a deliberação da Presidente Dilma e do Presidente da Câmara Federal, o Deputado Marco Maia, da Bancada do PT, que afirmaram publicamente que a votação prioritária, neste semestre, na Câmara Federal, será da Emenda n° 29. Então, alto lá! Alto lá com a descaracterização, com a forma como o PT está sendo atacado neste momento, aqui dentro da Câmara Municipal!

E eu quero, Ver. João Antonio Dib - o senhor, que é um homem que vem para o debate da execução orçamentária, que prioriza a questão do Orçamento e as discussões do Orçamento -, levantar algumas questões no que tange à Saúde no Município de Porto Alegre. Estou aqui com os dados atualizados do último dia de julho de 2011, dados da execução orçamentária, dados disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e, lamentavelmente, o que se vê é que a Secretaria Municipal da Saúde gastou - gastou! -, investiu em publicidade muito além do que deveria ter investido em outros projetos. Aliás, existem seis projetos na Secretaria da Saúde com investimento zero - dados da Prefeitura Municipal de Porto Alegre -, seis projetos que deveriam estar sendo realizados e que têm a execução zero. Seis: a Ouvidoria da Secretaria da Saúde, execução zero; na Atenção à Dependência Química, sendo que dependência química é um dos maiores problemas da cidade de Porto Alegre, o que foi realizado de investimento: zero; estratégia de saúde escolar, zero; Sistema de Saúde da Restinga, zero; hospital de pronto-socorro da Zona Sul, zero; reforma do Hospital de Pronto Socorro, zero; DST-AIDS, investimento da Prefeitura, não do fundo Municipal para DST, zero. Isso significa dizer que não há prioridade para essas questões da Saúde no Município de Porto Alegre. Esses dados, Ver. João Antonio Dib, estão, sim, disponíveis na página da Prefeitura, na Internet. Do investimento orçado, previsto, de R$ 62 milhões para este ano, na LOAS, foi liquidado pela Secretaria de Saúde do Município apenas 8,7% - daquilo que foi orçado, daquilo que foi proposto. E nós temos uma Receita no Município, comprovadamente, além do índice aplicado no Município, de um acréscimo de 5% - é verdade, está nos dados da Prefeitura. Percebemos que, mesmo com esse aumento da Receita na Saúde, em Porto Alegre, isso não foi priorizado, não foi colocado.

Eu gostaria de falar de outros temas, porque eu sei que a Secretaria da Saúde tem tido um desenrolar...

Ver. João Antonio Dib, por favor, os dados orçamentários estão na página da Prefeitura. Muito obrigada pela tolerância, Srª Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não poderia escutar os pronunciamentos da oposição e não vir aqui me manifestar.

Primeiro, eu acho que a criação da Secretaria do trabalho, que é uma proposição do Prefeito, que seria uma Secretaria enxuta, na minha concepção já deveria ter sido criada há muito tempo. A Prefeitura tem por obrigação, Ver. Oliboni, desenvolver políticas públicas, dar continuidade àqueles programas sociais, aos recursos, principalmente federais, que vêm para o Município. E eu não acho que seja mais compatível apenas uma Secretaria: a SMIC cuidar dos alvarás, pensar no desenvolvimento econômico da Cidade sem dar uma prioridade.

Espanta-me V. Exª vir a esta tribuna e dizer que nós estamos criando cargos! Ver. Oliboni, nunca se viu na história deste País tantos CCs no Governo Federal, muito menos no Governo Estadual. O Governador Tarso assumiu, e sentiu-se a necessidade de ampliar cargos, e isso já foi feito. Então, o debate, aqui, de nós discutirmos se a Secretaria vai criar uma estrutura enxuta, eu diria que é pequeno. V. Exª está desatualizado porque está com os olhos na nuca! Quando o PT foi Prefeitura, o nosso Orçamento era muito menor do que o de hoje, e as necessidades e as oportunidades para o emprego, devido ao crescimento econômico, agora são muito maiores. Olhem que debate pobre! Uma Secretaria do trabalho tem que ser louvada pelo Partido dos Trabalhadores, e ele vem a esta tribuna dizer que é contra a criação da Secretaria do trabalho! Eu quero dizer que sou a favor, Ver. Dib, com muita segurança. Uma estrutura enxuta para dar uma orientação, para garantir o espaço... E quero responder também a V. Exª: sabe quem essa Secretaria vai atender? Os trabalhadores! Vai atender os trabalhadores - eu não sei qual é a dúvida que há. Fazer uma comparação com investimentos da Saúde? Mas que debate mais pobre! Surpreende-me um Vereador do Partido dos Trabalhadores vir a esta tribuna e fazer essa comparação. O que existe, realmente, são recursos, são políticas públicas federais, e o Município já deveria ter dividido esse espaço.

Então, Ver. Oliboni, com todo o respeito que eu tenho por V. Exª, com a admiração que eu tenho pelas suas proposições de vários projetos importantes, principalmente pela sua luta pela Saúde, isso não é uma balança que nós vamos fazer. O que nós temos que garantir, realmente, são políticas públicas que possam garantir a inserção do jovem no mercado de trabalho, que possam garantir a transferência de vários trabalhadores para outros setores, porque a nossa Cidade está se modernizando, está entrando nesse crescimento econômico; novas empresas estão chegando, e outras empresas estão saindo do Município. É importante esse olhar, Ver. Mario Fraga, para o nosso trabalhador, e é por isso que eu defendo a criação dessa Secretaria com a maior tranquilidade, porque será uma Secretaria muito enxuta, mas com uma missão muito grande, que é atender os trabalhadores. Então, fazem uma comparação dizendo: “Olha, a Saúde tem recursos...” Faltam recursos? Faltam muitos recursos, mas o esforço tem sido feito. Esta Casa recentemente aprovou o IMESF, e serão ampliadas as equipes do PSF, que garantirão um atendimento em muitas casas, principalmente naquelas comunidades mais carentes, que merecem e são atendidas através do posto de saúde. Então, fazer uma comparação, por favor... Nós não estamos fazendo um debate; nós temos que garantir, realmente, políticas públicas e um olhar especial do nosso Município para os nossos trabalhadores. Eu quero afirmar que esta Secretaria vai atender, Vereador, os trabalhadores, pois acho que eles merecem a garantia de que o Município está lhes dando uma atenção especial.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. DJ Cassiá reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhores e senhoras, na realidade, eu quero, em nome do meu Partido, usar esta tribuna, nesta tarde, para, mais uma vez, chamar a atenção dos senhores e das senhoras com relação à importância de esta Casa se envolver nesta questão das pessoas que hoje vivem em situação de rua, os moradores de rua, e também chamar atenção para a questão, Ver. Toni Proença, das áreas e vilas irregulares que existem na Cidade, principalmente aquelas que estão sofrendo muito com essa temperatura, com essas chuvas e com o clima.

Ver. DJ Cassiá, o senhor, que vem da vila, sabe muito bem que, quando a pessoa não tem uma alimentação adequada, é claro que ela tende a enfrentar mais dificuldades por causa dessa mudança de clima do que uma pessoa que tem condições de manter uma boa alimentação, de comprar boas roupas, Secretário Pancinha, de comprar um aquecedor. Na vila, a realidade é outra: muitas dessas pessoas vivem de doações.

Ontem, conversando com a Presidente Sofia Cavedon, comentávamos sobre a importância e a necessidade, Ver. Pedro Ruas, de a própria CUTHAB passar a fazer uma análise profunda, juntamente com toda a Câmara de Vereadores, para nós, então, construirmos algumas alternativas para melhorarmos a situação das pessoas que vivem nas vilas irregulares. Parece-me que, em projetos de AEIS, nós não estamos conseguindo avançar o suficiente para atendermos às necessidades dessas comunidades. Parece-me que nós temos que construir, como Legislativo, como instituição, uma aproximação maior com o próprio Judiciário, porque continuam saindo as reintegrações de posse depois de 10 anos, 12 anos, 15 anos. Já nasceram crianças, dentro dessa vila, que completaram seus 15 anos e que agora estão sendo arrancadas e largadas no “colo” da Prefeitura, no “colo” do DEMHAB como se houvesse uma varinha mágica para dar casas ou terrenos a todas essas pessoas.

Aquela sua ideia, Ver. Pedro Ruas, como Presidente da CUTHAB, de nós realizarmos um seminário, nos aprofundarmos nessa discussão, é importantíssima. Devemos chamar, sim, o Executivo para sentarmos, discutirmos, gastarmos tempo com isso, ainda que tenhamos que parar de discutir alguns outros projetos para nos dedicarmos a isso com exclusividade.

Em relação à questão das vilas irregulares, das áreas irregulares e à questão das pessoas que vivem nas ruas hoje, os moradores de rua, não é solução, e eu friso novamente, não é solução alugarmos prédios em Porto Alegre e transformarmos em repúblicas - não é solução. A solução seria, primeiro, tratarmos essas pessoas antes de darmos um espaço para elas morarem - nós precisamos tratar essas pessoas que hoje são drogaditas e que vivem nas ruas de Porto Alegre, dar-lhes comprometimento psiquiátrico. Não basta dar uma casa para elas, e sim oferecer atendimento a elas, pois elas estão doentes, Ver. Cecchim, elas precisam ser tratadas, Ver. Dr. Raul; essas pessoas precisam ser tratadas! Não tem como a Saúde, que mantém uma equipe nas ruas de Porto Alegre, fazer o atendimento; não tem como tratar alguém que é dependente de crack nas calçadas; essa pessoa precisa ser internada de alguma forma. Ver. Mario Fraga, Ver. Mauro Zacher, que são representantes da Bancada do Prefeito aqui, do PDT, nós precisamos construir uma alternativa para tratarmos essas pessoas, seja com as conveniadas, seja abrindo novos postos de atendimento para essas pessoas. Precisamos tratá-las imediatamente, ou algumas ainda morrerão durante este inverno. É uma questão emergencial tratarmos das vilas irregulares, onde as pessoas hoje passam frio e passam fome. Também é uma questão emergencial tratarmos das pessoas que vivem hoje em situação de rua em Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Nilo Santos, em parte do que coloca, tem razão. Só quem percorre as vilas de Porto Alegre e a periferia de Porto Alegre sabe do que ele está falando. Mas eu acho também que, embora hoje o tráfico seja relacionado quase diretamente à periferia e aos drogados, ele não está só lá, não! O tráfico hoje invadiu as camadas mais altas. Hoje tem que ser chamada a sociedade num todo para participar de um grande conjunto e de um grande esforço na busca de solução.

Se acharmos que só com medidas dos governos nós resolveremos isso, estamos enganados. Pode ser que venha aí um paliativo. Pode ajudar, é parte no processo, mas, se nós acharmos que só o Governo vai resolver isso, nós estamos totalmente enganados. Isso passa por uma reeducação da sociedade e por um comprometimento de todos nós, de todos os que são obrigados a participar de um grande processo para que nós possamos, sim - e nem quero colocar aqui a palavra “erradicar” -, diminuir o tráfico, porque ele está muito assustador, avançou demais! Se fizermos hoje uma pesquisa, nós vamos ficar muito comprometidos com esse processo. Nós precisamos fazer um esforço sobre-humano com toda a sociedade, da iniciativa privada, do primeiro, segundo e terceiro setores. Há muita gente querendo trabalhar.

Acho também que está faltando não só construir casa, mas também temos que começar a cuidar, Ver. Nilo Santos, porque, quanto mais construirmos casas, mais casas faltarão.

Nessa semana, nós estivemos representando a CUTHAB no DEMHAB, junto com o Ver. Elias Vidal, vendo que pessoas ocuparam uma gleba de terra destinada a um colégio e a uma Unidade de Saúde. Como é isso? Cria-se um conjunto habitacional e não se cria um posto de saúde, não se deixa um espaço reservado nem para o colégio, nem para a creche? Nós não podemos enganar essas pessoas! Se alguém engana as pessoas dizendo para ocupar glebas de terra que já estão destinadas a colégio, posto de saúde, isso vai comprometer a qualidade de vida, sim, e as famílias continuarão desagregadas! Quero concordar que temos que fazer casas e dá-las a quem precisa, mas nós precisamos que o Ministério Público comece a olhar essas ocupações, essas invasões, para, realmente, favorecer aquelas pessoas que realmente precisam. Não podemos dar casa para quem tem casa; temos que dar para quem não tem, para quem precisa e tem que ter o seu direito respeitado. Então, a solução não é só fazer casa, mas trazer, junto com a casa, a qualidade, a educação, a cultura, um modelo comprometido com o conjunto da sociedade.

Por isso, muito cuidado com as ocupações que estão começando a ocorrer em Porto Alegre. Temos que ter a consciência de não darmos casa a quem já tem casa, mas temos a obrigação de defender quem não tem casa. É um apelo que faço aos meus colegas líderes comunitários desta Cidade. Não vamos ser ingênuos e dar casa a quem já tem! Pessoas de outros Municípios começam a fazer ocupações em Porto Alegre; outros Municípios estão exportando para Porto Alegre a falta de moradia. Tenho certeza absoluta do que estou dizendo. Muito cuidado! Muito cuidado nós devemos ter, Ver. Reginaldo Pujol, para não dar casa para quem já tem casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o noticiário da imprensa nacional, muito calcado nas denúncias e na faxina - entre aspas - que a Presidente Dilma estaria realizando no DNIT recebeu, no dia de ontem, com o pronunciamento do seu ex-Ministro dos Transportes, um novo aditivo, mas eu acho que esse assunto, essa polêmica que parou o Brasil deve ser entendida entre o Governo e seus aliados, porque, quando o Governo diz que vai fazer uma faxina em algum lugar, através da palavra da sua própria Presidente, ele está dizendo que, neste seu Governo, existe sujeira que precisa ser limpa. Então, por enquanto, eu entendo que isso deva ser deixado para que eles, que são do Governo, se entendam entre si, porque a briga é entre eles.

Mas algumas coisas acontecem neste País que não podem passar em brancas nuvens. Tenho em mãos uma publicação do jornal Folha de São Paulo da semana que passou, de sábado, 30 de julho, com uma manchete que considero estarrecedora, que diz o seguinte (Lê.): “Governo pagou valor recorde em juros no primeiro semestre”, com o subtítulo “Alta nos juros elevou gastos para R$ 119,7 bilhões, enquanto a economia do setor público ficou em apenas em R$ 78,1 bilhões”. Então, em um semestre, Ver. Nedel - V. Exª, que é o homem das finanças, da Economia -, o Governo Federal pagou R$ 120 bilhões de juros na rolagem da chamada dívida pública, o que nos permite antever que, com segurança, ao final e ao cabo deste ano, esse valor deve atingir mais de R$ 200 bilhões, que são sangrados da economia nacional para a chamada rolagem da dívida, enquanto o Governo se jacta de estar recebendo recordes em investimentos em dólares, dólares esses que só migram para o Brasil porque, em nenhum outro lugar do mundo, eles encontrarão uma remuneração tão alta e tão benfazeja para eles como essa.

Nós estamos falando, Sr. Presidente, de alguma coisa em torno de R$ 240 bilhões. Duzentos e quarenta bilhões de reais! V. Exª sabe que o Orçamento do Estado deve andar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, no máximo. Nós estamos falando em dez anos de orçamento do Estado, em quase um século de Orçamento do Município! E tudo isto é decantado como se fosse um grande feito do Governo: a atração dos dólares, o aumento da cota governamental lá no Fundo Monetário Internacional, o financiamento de obras públicas em vários países latino-americanos e da África, com recursos do BNDES, que recebeu, para tanto, uma injeção fortíssima do Erário nacional, bilhões de reais para continuar financiando o metrô na República Dominicana, financiando a compra de aviões tucanos pela República Dominicana, obras no Peru, no Paraguai e em vários países latino-americanos e em outros tantos africanos.

Então, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, essa é a realidade de toda essa discussão enorme que se arma no Governo Federal, com problemas em quase todos os seus Ministérios, problemas esses apontados não pela oposição - que, ao meu gosto, está comportada demais -, mas apontados pelos próprios integrantes da base, que se desentenderam por inteiro. Neste País, onde há essa farra enorme, há essa outra malversação do recurso público, porque malversação não é só “meter a mão”, não, é aplicar mal.

Ver. Pancinha, que dirige a Companhia Carris Porto-Alegrense, V. Exª sabe o que representaria, no transporte público brasileiro, uma injeção de 240 bilhões de dólares? Quantas obras aqui seriam feitas? Não, isso tudo sai do Brasil, vai para o exterior, pagando o serviço da dívida, e o Brasil paga por ano - está confessado aqui pelas instituições governamentais - mais de R$ 200 milhões a título de serviço da dívida; vale dizer: pagamento do juro. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Não há mais quem queira se manifestar em Liderança.

O colega, Ver. João Pancinha, que hoje aqui comparece, Presidente da Carris - e, com a maior honra, esta Casa o recebe -, está com a palavra. Seja bem-vindo, Vereador.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Ver. DJ Cassiá, na presidência dos trabalhos; nossa Presidente, Verª Sofia Cavedon; Vereadores, Vereadoras; público que nos assiste no Canal 16, nas galerias, primeiro quero dizer que é uma satisfação muito grande poder retornar a esta Casa, usar esta tribuna e agradecer a forma como foi aberta esta possibilidade de apresentarmos o balanço social da Companhia Carris em uma ação em que agradeço à Presidente Sofia Cavedon e ao Colégio de Líderes, que abriram esta possibilidade de podermos trazer aqui alguns números da Carris e apresentar a Vossas Excelências o balanço social desta Companhia, Ver. Dib, que o senhor conhece muito bem, que tem 139 anos e que é referência, e não somos nós que dizemos;s ela é a melhor empresa de transporte público do Brasil.

A Carris conta hoje, em seus quadros, Ver. Adeli Sell, com cerca de 1.700 colaboradores, com 361 veículos em sua frota, e a idade média menor dos últimos tempos, com 3,8 anos de idade média de sua frota, sendo, então, referência em termos nacionais.

Nós transportamos, Ver. Mauro Pinheiro, seis milhões de passageiros por mês, percorrendo 1,8 milhão quilômetro. São números assustadores que constam no nosso balanço social. São números assustadores, que, quem não tem esse conhecimento, fica espantado. Nós temos 269 veículos com câmbio automático; 269 veículos com motor traseiro; 172 veículos com ar-condicionado; e, mais importante: 188 veículos, mais da metade da sua frota, com acessibilidade universal. Esses são dados que eu trago aos nobres Vereadores que acompanham o balanço social que ora é entregue a Vossas Excelências.

Eu saliento aqui que, no Relatório de Realizações que posso encaminhar para conhecimento dos colegas Vereadores, nós tivemos a recertificação da ISO 9001, implementamos algumas parcerias, principalmente na área social.

Aqui agradeço a presença dos nossos colegas que acompanham esta visita à Câmara: Fernando Albino, Diretor; Rosa, responsável pela Assistência Social; Marcos Eduardo, Gerente Administrativo; Luciano e Lenise, minha Chefe de Gabinete, que todos vocês aqui conhecem.

Dentro da área social da Companhia Carris, atendemos às famílias dos nossos colaboradores e também, Verª Maria Celeste, a algumas entidades no entorno da Companhia, transformando-a numa empresa social, numa empresa cidadã.

Nós firmamos um convênio com o Programa Vida Urgente, da Fundação Thiago Gonzaga, Ver. Toni Proença, que tem trazido grandes benefícios à Companhia e também ao usuário e à população de modo geral, porque faz treinamentos com os nossos colaboradores, motoristas e cobradores, e nós transportamos escolas para que possam também assistir a palestras, ensaios, teatro na Fundação Thiago Gonzaga.

Dentro dessa linha social, implementamos a Linha Solidária, que visa - Ver. Oliboni, V. Exª, que cuida tanto da questão da Saúde - melhorar a situação dos estoques de sangue nos nossos bancos de sangue da Capital. A Linha Solidária, através da nossa assessoria comunitária, organiza, junto às comunidades - e agora estamos entrando firmemente também na iniciativa privada - grupos de pessoas que desejam fazer a doação de sangue, mas que, muitas vezes, não têm oportunidade, não têm tempo nem disponibilidade de se deslocarem até o local de doação. Então, a Carris, antecipadamente, organiza com o Hemocentro e mais cinco bancos de sangue na Capital a ida dessas pessoas até o local para a doação de sangue. Então, com a Linha Solidária, a Carris busca as pessoas e as leva até o Hemocentro, onde é feita a doação de sangue, e depois retorna com as pessoas até o ponto de origem. Isso é extremamente importante, Dr. Raul - V. Exª, que é médico e que tem um cuidado todo especial com essas questões -, porque tem ajudado muito a melhorar o problema dos estoques de sangue nos bancos da Capital.

Esses são alguns números que a Carris traz, mas temos outras atividades sociais e comunitárias, como, por exemplo, uma parceria que fizemos com a SMIC, com o nosso colega Valter Nagelstein, junto ao Sebrae, que é a Linha da Pequena Empresa. Essa Linha procura passar da informalidade à formalidade os pequenos comerciantes, e isso tem sido um sucesso.

A Carris, além de bem transportar o seu usuário, o seu público-alvo, tem cuidado muito, também, do aspecto social como requer o comportamento de uma empresa pública, como é a Carris Porto-Alegrense.

E eu trago, aqui, mais uma novidade para os nobres Vereadores e Vereadoras, que é com relação ao treinamento que estamos implementando na Carris, que é o TEDE - Treinamento Específico de Direção Econômica -, com o qual identificamos os 27 melhores motoristas e os treinamos, inclusive em Curitiba, fazendo com que eles dirijam de forma mais econômica, de forma mais segura, e eles agora serão os incentivadores dos demais colegas para que essa forma de direção econômica seja implementada em toda a Companhia.

Tenho certeza de que isso representará uma economia para os cofres da Companhia não só em termos de combustível, mas, também, em termos de manutenção, em termos de almoxarifado e resultará num melhor ambiente de trabalho e, portanto, num melhor atendimento à nossa comunidade; esta empresa, que é referência nacional e que há 12 anos recebe o prêmio Top of Mind por ser uma referência do povo porto-alegrense.

Eu quero, Ver. DJ Cassiá, meu Presidente, agradecer de uma forma muito carinhosa a possibilidade de ter vindo até aqui colocar a Carris à disposição dos Vereadores, das Vereadoras, da comunidade em geral, para que possamos, juntos, fazer esse trabalho que é tão importante para todos nós, homens públicos, seres públicos, que é bem servir à nossa comunidade.

Coloco à disposição a Companhia Carris para qualquer dúvida, qualquer sugestão, qualquer avaliação que deseje ser feita pelos Vereadores e pelas Vereadoras, dizendo que a Companhia Carris é parceira desta Casa, e eu não poderia deixar de reconhecer a importância desta Casa, por ser oriundo dela, e fazer o lançamento desta cartilha, que é o Balanço Social da Companhia, Ver. Dib, aqui nesta Casa. A partir de agora, então, encaminharemos à imprensa, para que todos tenham conhecimento do trabalho social, responsável, que é feito na Companhia.

Além do trabalho social, nós temos também um trabalho de responsabilidade social, pelo qual estaremos ganhando, na próxima sexta-feira, o Prêmio Responsabilidade Ambiental na cidade de Florianópolis. Isso é uma satisfação para todos nós, não só a nós que estamos na Carris momentaneamente, mas para os colaboradores, que fazem a história da Companhia Carris, Verª Helena, e também para todo o povo de Porto Alegre, porque são ações que trazem o bem-estar à comunidade, à população e o reconhecimento de que, realmente, a Companhia Carris é uma referência em termos nacionais e é um orgulho do povo porto-alegrense, do povo gaúcho.

Quero agradecer, mais uma vez, a oportunidade. Eu sei que foi aberto este horário para que eu pudesse fazer essa manifestação. Verª Sofia Cavedon, não utilizarei os dez minutos, porque sei que existe uma agenda lotada, mas me coloco à disposição de todos os Vereadores, da comunidade em geral, para que a Carris continue crescendo, continue com o seu aspecto social cada vez mais forte e que continue sendo uma referência não só em Porto Alegre, mas em todo o território brasileiro. Muito obrigado pela atenção de todos e um grande abraço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Ver. João Pancinha, Presidente da Carris; Vereadores e Vereadoras; aqueles que nos assistem, peço especial atenção neste momento, pois a Carris, o DMAE e o Banrisul são instituições que nós temos na mais alta conta como modelos de empresa. No entanto, nos últimos meses, nos últimos tempos, nós temos verificado fatos que não são exatamente aqueles que nós gostaríamos de ver, acompanhar e fiscalizar. Cito um exemplo: no dia 08 de março, deste ano, foram demitidos pelo menos cinco funcionários - coincidentemente, cinco mulheres - a título de contenção de gastos - cinco servidoras estáveis -, mas, ao mesmo tempo e no mesmo dia, foram contratados vários CCs num número superior a isso, não lembro se foram sete, oito, doze, dez, mas um número bem superior. Eu gostaria que o Presidente da Carris, que se faz acompanhado pela sua Direção, nos explicasse isso com clareza, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal regra esta matéria de modo muito claro, e isto foi violado: demitir servidores estáveis para contratar pessoas em Cargo em Comissão.

Em segundo lugar, a Carris está repassando para a associação dos funcionários da Carris, a USECarris (União Social dos Empregados da Carris), Sr. Presidente, todo o mês, o valor de R$ 20 mil. Pelo menos é a informação que eu tenho, e não se sabe como, pois não há contrato, e esta faz o pagamento à empresa de segurança Vitória, CNPJ nº 02293951/0001-21, conforme dados anexos, sem qualquer tipo de contrato também.

Perguntas que se fazem necessárias: 1) A associação tem arrecadação mensal suficiente a ponto de comprovar o pagamento que se faz à empresa de segurança? 2) O pátio onde está localizada a sede da associação, bem como o local onde os trabalhadores da empresa de segurança estão laborando é da Carris? Por que a Carris repassa para a associação o valor para o pagamento? Também curioso é saber que, no site da Carris, está disponibilizado, na sessão de licitações, o Edital de Pregão com o seguinte objeto: contratação de empresa de vigilância para estacionamento. Eu gostaria que isso fosse esclarecido. 3) Será que a empresa não está querendo ajeitar tudo para poder justificar que a empresa de segurança está trabalhando irregularmente no pátio da Carris? Pergunta também feita. 4) Conforme licitação, na modalidade de Pregão nº 022/2011, objeto: contratação de empresa de vigilância para estacionamento; data da abertura: 07-07-2001; horário: 14 horas; pergunto: já houve impugnação deste Edital e por quê? 5) Porto Clima, uma empresa de climatização, ar-condicionado, já foi contrata com dispensa de licitação? Qual é o fundamento? Sexta pergunta e última: por que foi impugnado o Edital de Licitação para compra de ônibus, impugnação essa feita pela Scania e pela Comil, uma vez que outras empresas...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Informo ao conjunto dos Vereadores que, segundo o nosso Regimento, são até dez inscrições e que, além do Ver. Todeschini, estão inscritos os Vereadores Adeli Sell, Mauro Pinheiro, Professor Garcia, Carlos Comassetto, Cecchim, Maria Celeste, Bernardino, Oliboni e DJ Cassiá. Inscreveram-se em suplência Dib e Pedro Ruas. Já estava completo, Ver. Dib, quando V. Exª levantou o braço, mas V. Exª poderá utilizar a Liderança do PP, assim como outras Lideranças que ainda não se manifestaram.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Meus colegas, minhas colegas, meu caro Pancinha, quero agradecer porque já tenho uma agenda marcada com o colega, hoje nosso Diretor-Geral da Carris, para conversar sobre alguns assuntos que apontei nesta manhã para Vossa Excelência. Eu acho que nós temos alguns problemas históricos na Prefeitura, e um deles é da gestão passada da Carris, sobre a qual Vossa Excelência não tem responsabilidade, mas eu quero lhe dizer que fiz duríssimas críticas à gestão passada da Carris. A gestão Lorenzi, na minha opinião, foi uma gestão desastrosa. Nós chegamos, em alguns momentos, Ver. Cecchim, a presenciar, verificar, e temos provas disso, ônibus que foram desmanchados, praticamente, para cobrir peças de ônibus que estavam estragados enquanto faltava material no Almoxarifado. Isso é uma gestão incompetente e desastrosa. Eu sei que muita coisa mudou, porque encontrei, inclusive, o Pancinha, na madrugada, lá na Carris - eu fui distribuir o material, ele estava lá também, e sei, inclusive, que sua relação com os funcionários é muito diferente. Eu tenho algumas questões a cobrar, e vou fazer isso pessoalmente, porque eu não quero cometer nenhuma injustiça aqui; por isso vou conversar com V. Exª, porque V. Exª tem retornos a me dar, diferentemente de alguns Secretários que não respondem. Agora, porque comecei a mostrar as idiossincrasias do DMLU, parece que ele ficou com birra comigo e não me responde mais. Acho que não é esse o comportamento correto dos Secretários. Portanto, como V. Exª já abriu uma agenda, sexta-feira farei uma visita à Carris para conversarmos sobre alguns temas, mas vou aproveitar sua presença aqui para colocar algumas questões que acho que são fundamentais.

Primeiro, o senhor vai ter que recuperar, assim como o Cappellari está recuperando, em parte e com dificuldades, duas gestões, na minha opinião, desastrosas do passado: a do Senna, na EPTC, que teve influência direta na Carris, e a própria gestão do Lorenzi, o seu antecessor na Carris.

Agora, eu acho que precisaríamos abrir um grande debate se quisermos resolver a selvageria no trânsito de Porto Alegre, a complicação do trânsito em Porto Alegre. Nós temos que ampliar as linhas T.

Vossa Excelência tem que ter essa ousadia e determinação de colocar os seus técnicos a trabalhar. Se necessário for, faremos reuniões para discutir ampliações de linhas. Eu tive uma resposta de que não é possível ampliar a T11 até o Belém, mas eu acho que, se aumentarmos a frota, conseguiremos tirar o fim da linha da Cavalhada e fazer chegar até o Belém. Teríamos um transporte de ponta a ponta da Cidade, pelo T11, que é uma linha importante.

Quero também dizer que apresentei a proposta, deixei na EPTC, deixei na Carris, espero que o seu antecessor não tenha consumido com a proposta, senão vou refazê-la ao senhor. Aí eu quero falar principalmente com a Celeste, com o Paulinho Rubem Berta, com o Mauro e outros Vereadores da Zona Norte, porque achamos que tem que ter uma linha T12, que venha do Rubem Berta e vá até a região do Cristal. Seria fundamental que nós tivéssemos esta Linha 12. Eu acho que o PDT deve festejar. Espero que V. Exª não pule do 11 para o 15, que siga a Linha do 12, do 13, do 14, porque vou ter meus aliados do PDT, do PT e do PTB para esses números de linha. Afinal de contas, o Ver. João Dib já está satisfeito com o T11!

Deixando de lado a brincadeira, porque isso também faz parte das nossas relações salutares, eu quero dizer, meu caro Pancinha, que nós vamos continuar dialogando respeitosamente, mas eu anoto: o senhor vai ter que consertar o que foi estragado. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; nosso Vereador, hoje Presidente da Carris, João Pancinha, aproveitando que V. Exª hoje está aqui e que é sabedor de todo o respeito que temos por V. Exª, gostaria de esclarecer algumas coisas sobre o pregão eletrônico da Carris.

Dias atrás, durante o recesso, subimos a esta tribuna com alguns questionamentos que, agora, quero lhe fazer, para que possa responder, até porque tenho certeza da sua idoneidade e de que vai poder nos explicar - a nós e ao público que nos assiste - sobre a questão do pregão eletrônico, do contrato que seria feito da empresa Carris com o Softbus, que foi a vencedora, e sobre o qual restaram algumas dúvidas. Então, quero aproveitar sua presença, para que V. Exª tenha a oportunidade de esclarecer isso ao nosso público e a esta Casa.

É sabido por todos nós, Vereadores, que a empresa Carris fez um pregão eletrônico para a contratação de uma empresa de software para gestão das suas contas e do seu trabalho. Nesse pregão eletrônico, na primeira oportunidade, o valor estipulado, Ver. Pedro Ruas, era de R$ 285 mil. Como só uma empresa se apresentou, fracassou o pregão eletrônico. Houve uma segunda vez, e, nessa segunda vez, duas empresas se apresentaram: uma delas, a Softbus; a outra, uma empresa que não recordo o nome agora, que apresentou o valor de R$ 2 milhões, enquanto a Softbus apresentou o valor de R$ 385 mil, se não me falha a memória. A empresa Carris, segundo um dos diretores, não aceitou e cancelou esse pregão, fazendo um novo pregão. E, nesse terceiro pregão - o que eu não consegui entender -, a própria empresa Carris aumentou o valor inicial, que era de R$ 285 mil. Esta é uma das questões que lhe faço: por que foi aumentado o valor? Por que o segundo pregão foi cancelado e houve um terceiro pregão? Nesse terceiro pregão, novamente a empresa Softbus teve uma concorrente, que apresentou valor em torno de um milhão de reais, e a empresa Softbus venceu essa concorrência com um valor maior do que ela teria ganho no segundo pregão. Outra questão que eu gostaria que o senhor esclarecesse é a respeito de que o Diretor da empresa Carris, segundo informações que nos chegaram, ficou preocupado, porque a Carris não poderia fazer adiantamento de valores para a empresa vencedora, e, no terceiro pregão, foi acrescentado que, com a autorização da Direção, a empresa poderia fazer. E o que nós sabemos é que seria feito um repasse de R$ 170 mil. Então, são as dúvidas que ficam. Diretor-Presidente da Carris, Ver. Pancinha, eu gostaria de que V. Exª esclarecesse por que foi feito um terceiro pregão e com valor elevado pela própria Carris.

A outra questão que também gostaria de que o senhor esclarecesse é por que a empresa Carris contrataria, mesmo através de pregão eletrônico, a Softbus, que sabemos que pertence à empresa Sudeste, concorrente da empresa Carris, para fazer a gestão através de um programa, de um software para a empresa concorrente. Por que a Softbus, e não a PROCEMPA, que é uma empresa ligada ao nosso Município, que poderia fazer um programa e uma gestão? Assim nós não compartilharíamos os dados da nossa empresa, a Carris, com uma empresa concorrente. Essa é outra questão que eu gostaria que fosse esclarecida. E por que, também, pregão eletrônico, e não uma licitação eletrônica? Essas são as questões que deixo para que o nosso Diretor-Presidente da Carris esclareça. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Professor Garcia está com a palavra.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada Presidente, Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; prezado Diretor-Presidente da Companhia Carris, João Pancinha, eu estou vendo que V. Exª veio trazer o balanço social da empresa e fiquei surpreso, porque, em todos os comentários, não se tratou do balanço social. Até se poderia ter tratado de outros assuntos, mas reforçando a questão do balanço social. Sem sombra de dúvida, a Companhia Carris é um orgulho não só nosso, dos porto-alegrenses, mas de todos os gaúchos. Temos a frota mais jovem e mais eficiente do nosso País. Não é por acaso que ela já foi escolhida como a melhor empresa de transporte público do Brasil.

Então, eu venho aqui parabenizar V. Exª por trazer esses dados, mostrar o crescimento da empresa. Nos últimos meses, quando tanto se discute na Cidade a questão da melhoria do transporte público, sei que V. Exª tem tido essa preocupação. Sou um daqueles que vão às comunidades, e vejo V. Exª lá, discutindo, tentando viabilizar. O Ver. Adeli colocou a situação do T11, que hoje é um dos maiores gargalos que V. Exª enfrenta. Os moradores de Ipanema, de forma maciça, querem a retirada do Lotação 11 de dentro da praça, pois hoje o fim da linha é dentro de uma praça, o que, na nossa visão, também é algo inadmissível. Os moradores clamam, porque ali tem a praça, é fim da linha de ônibus, é local de CTG, mas também entendemos que os moradores da Ponta Grossa querem a Linha 11, a Serraria quer a Linha 11, o Belém Novo quer a Linha 11. Daqui a um pouco, a Linha 11 - não sei qual é a quilometragem, mas deve ter uns 22 quilômetros -, vai passar a ter 40 quilômetros.

Na realidade, eu acho que V. Exª tem condições, sim, com a sua capacidade de ouvir as comunidades, de criar outras referências para esses segmentos, porque, desde que foi criado esse modal de linhas transversais, isso mudou, e muito, o sentido da Cidade. Agora, mais recentemente, se tornou possível um cidadão se deslocar, descendo de um ônibus e pegando outro sem pagar a segunda passagem; isso também é um grande crescimento. Mas cada vez mais se carece das linhas transversais, porque há muito se deixou aquela velha história de três décadas atrás: primeiro ter que ir ao Centro, para, depois, se deslocar até um outro bairro.

Eu quero parabenizá-lo por trazer esses dados, pela frota moderna e, agora, pelo avanço na preparação para a Copa - a Carris já saltou na frente. Então, parabéns pelo seu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores; prezado Diretor-Presidente da Carris, Ver. João Pancinha, venho aqui para dar continuidade a esse diálogo. Primeiro, eu gostaria de dizer ao Ver. Professor Garcia, que me antecedeu, que não estamos aqui num diálogo somente entre amigos; estamos aqui num diálogo entre gestores e homens públicos; portanto, é óbvio que a amizade e o carinho que temos pelos colegas permanecem, mas precisamos debater com profundidade os temas referentes à gestão desta bela companhia, a Carris, que é um patrimônio da cidade de Porto Alegre.

Quando questionamos o nosso querido Presidente sobre algumas dúvidas é porque isso está na ordem do dia dos debates da Cidade.

Ver. Professor Garcia, é a imprensa que está noticiando que há situações que precisam ser esclarecidas, e nada melhor, junto com o nosso Presidente, que esse debate possa ser feito com muita tranquilidade, porque, antes de tudo, esta Companhia é um patrimônio que tem 139 anos; então quase um século e meio. Com certeza, várias gerações de nossas famílias e de gestores públicos, Ver. João Antonio Dib, já passaram e nasceram na época dos bondes da Carris, que hoje é uma empresa-referência, sim.

Diante do mapa que o senhor nos trouxe sobre a área de abrangência da Carris, o debate que temos feito é quanto aos resultados econômicos que ampliaram a frota em Porto Alegre, como, por exemplo, a linha T11. A linha T11 termina na Cavalhada, lá no CTG Descendência Farrapa, sendo hoje a linha que mais transporta passageiros em Porto Alegre com apenas cinco anos da sua criação. Essa linha T11 nasceu em 2006. Esse volume de passageiros demonstra que a Região Sul da Cidade é a região que mais cresce, mas também é a que tem a maior carência de transporte público em Porto Alegre.

Antes do recesso, nós aprovamos aqui o Projeto dos lotações para aquela Região; foi um trabalho longo, junto com vários colegas, que conseguimos tornar uma realidade. Agora estamos, sim, reivindicando e trabalhando para que a Carris implante as linhas transversais T12 e T13 para abrangerem as Regiões Sul e Extremo-Sul da Cidade, porque lá estão sendo constituídos vários equipamentos públicos de qualidade. Eu poderia citar a Escola Técnica Federal, uma conquista da qual esta Casa participou, e muito, para 1.500 jovens, na Restinga; o Hospital da Restinga, com 130 leitos. Então, uma pessoa, para ir até esses equipamentos de Belém Novo, precisa de dois ou três ônibus. Seria necessária uma linha transversal que levasse até as Universidades, e/ou até a própria Estação Rodoviária ou ao Aeroporto. Estamos trazendo este debate, porque a Carris tem que ser propositiva, tem que ser gestora e reguladora da qualidade do transporte público de Porto Alegre, o que consideramos estar muito aquém do que deveria.

Portanto, essa é a contribuição, prezado Pancinha, que trago aqui para o debate, e vamos continuar aqui sempre atentos, a que as empresas públicas sejam de qualidade. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, saudação ao Ver. Pancinha, nosso companheiro, Presidente da Carris, que veio aqui trazer um relatório das muitas atividades - das atividades competentes ao transporte e das atividades competentes à área social. Cumprimentos, Presidente Pancinha, por esse trabalho que nós temos que espraiar, como dizia o nosso ex-Governador, para que todos saibam que a Empresa, além de fazer o transporte da população, que é a sua missão principal, também tem outras missões importantes, como o treinamento dos seus funcionários, como da atenção à família dos funcionários, da atenção às pessoas da Empresa. Acho que, principalmente o homem público, tem que cuidar das pessoas; da população e das pessoas que o cercam, e a Carris faz isso muito bem.

Eu queria deixar o Ver. Adeli Sell tranquilo quanto à Linha 15, porque é uma especialidade do PT fazer esses nomes assim. Eu duvido que algum Vereador do PT diga que a EPTC não foi em homenagem ao Partido que estava no Governo deles, não tem como. A empresa que ganhou a licitação do lixo, lá no Governo do PT, também era EPT: era Pimenta e PT, ou a pimenta do PT, a empresa que recolhia o lixo. Então, não se preocupe, Ver. Adeli Sell, que a Linha 15, se sair, vai sair na ordem natural das coisas. Se há a 11, vai ter a 12, vai ter a 13, vai ter a 15, vai ter a 17, sem problema nenhum, pelo andar, não é da carroça, é dos ônibus.

Eu assisti aos Vereadores que me antecederam e escutei com atenção todos eles. Eles estão no papel de Vereadores da oposição, e isso ninguém pode tirar. O papel do Vereador da oposição é questionar, é pedir, é requerer, é pedir explicações. Esse é o papel do Vereador da oposição! Agora, eu não posso negar que eu ouvi os Vereadores que me antecederam fazendo esses pedidos meio de canto, constrangidos, porque, nesta época, Ver. João Dib, o PT pedir alguma explicação para alguém está difícil! Eu, agora de manhã, fui para frente do espelho e me perguntei: “Será que eu tenho que parar de ler jornais e revistas na segunda-feira, na terça-feira, na quarta-feira, para não ser um crítico contumaz do Governo Federal e do Governo que tem corrupção como nunca se viu neste País?” Olha, e são todos os Partidos que estão no Governo! Então, não se trata mais só de Partido; é de Governo, é de filosofia de roubo, de desvio de dinheiro! Mas que Governo nós tivemos nesses nove anos? Agora, vêm com esse papo-furado de dizer: “Ah, mas agora aparece; antes não aparecia!” Mas que conversa é essa? A imprensa é a mesma! Ou não existiam as revistas Veja, Época, ISTOÉ, Ver. Pedro Ruas? Elas sempre existiram! Elas existem há 20 anos! Só que agora a coisa exagerou! A coisa está exagerada, Ver. Haroldo de Souza! “É um lance” - como V. Exª diz muito bem! Os lances na política do PT são complicados! Olha, se precisássemos de aulas para ensinar a desviar o dinheiro público, seria só fazermos uma leitura dos últimos nove anos do Governo. São especialistas! Então, é por isso que entendo os Vereadores que me antecederam aqui, eles estavam constrangidos, até falaram um pouco baixo na tribuna para pedir explicações, mas eu quero dizer que esse é um direito que eles têm. Os Vereadores daqui não têm culpa nenhuma do que acontece lá.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente; Sr. Presidente da Carris, Ver. João Pancinha, ouvir certas manifestações desta tribuna é muito engraçado, parece que nós vivemos em outro lugar, em outro planeta, porque o mesmo PMDB que nos critica aqui em Porto Alegre é aliado nacional do Governo Federal; o mesmo PMDB que está envolvido em diversos problemas nacionais e que, quando abre os jornais, vê-se envolvido em corrupção neste País. Percebe-se que o PMDB está bastante comprometido também. Acho que o debate não pode ser esse; o debate é sobre o questionamento ao nosso querido colega Ver. João Pancinha, que é um dos poucos Secretários que respondem aos Pedidos de Informação que nós encaminhamos, Ver. João Antonio Dib.

Quero aqui fazer uma crítica. Nesta semana, o Prefeito esteve aqui trazendo uma inovação ao sistema de Pedidos de Providências, de Informações, agilizando a relação com a Câmara. Faz aproximadamente 68 dias que eu fiz um Pedido de Informações ao Gabinete do Prefeito quanto à questão dos processos licitatórios; da mudança do sistema de pregão pela Carris; a divulgação de dados sigilosos da Prefeitura para empresas terceirizadas - são questões importantes. O Pedido de Informações era relativo às questões envolvendo a Secretaria da Fazenda do Município na criação do novo sistema, o SIAT - Sistema Integrado de Administração Tributária -, sobre o qual até agora não recebi resposta do Prefeito. Quero dizer que o senhor, Ver. João Pancinha, responde aos Pedidos que a Câmara encaminha, diferentemente de outros que, até agora, estão procurando as respostas na PROCEMPA, na Secretaria da Fazenda; até agora, não recebi resposta e vou pedir ajuda ao Líder do Governo, o Ver. João Antonio Dib, vou passar cópia do Pedido de Informações para ele, para que ele possa, junto ao Prefeito Municipal, solicitar respostas para essas questões tão importantes, o que também, Ver. Idenir Cecchim, nos dá, nos sugere, nos leva a suspeitar de algumas questões de irregularidades nesse processo do SIAT, que até agora não foi respondido.

Nunca antes, na história deste País, a gente viu uma Presidente tão imbuída, como está a nossa Presidente Dilma, de verdadeiramente fazer a limpeza, a faxina que precisa ser feita neste País, em qualquer situação, em detrimento de qualquer Partido - acho que isso é importante falar.

Agora, como somos Vereadores de Porto Alegre, nós temos que nos preocupar efetivamente com Porto Alegre. Portanto, a não resposta desse Pedido de Informações, há mais de 65 dias, me causa estranheza.

Eu queria também, Ver. João Pancinha, dizer que o retorno que V. Exª encaminhou para a Comissão de Direitos Humanos sobre a questão da reunião que tivemos, relatada pelo Ver. Todeschini, da exoneração de cinco funcionárias, lamentavelmente, coincidentemente, na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, foi insuficiente nas respostas, e eu gostaria que V. Exª pudesse verbalizar para nós por que a demissão dessas cinco funcionárias e a contratação, nesse período deste novo Governo, de mais 24 CCs para a Carris. Quero saber se tem serviço para esse número de CCs, se tem serviço para tanta gente. Por que essas funcionárias foram exoneradas? As respostas ainda não vieram.

Quero também informar que o Ministério Público solicitou a esta Presidência cópia das notas taquigráficas da nossa reunião, porque certamente o processo está correndo lá também com a insuficiência de informações e dados que gostaríamos de ter tido e que, até agora, não nos chegaram. Então, eu gostaria que o senhor pudesse também, na sua prestação de contas, fazer um informe para a Câmara Municipal sobre o Pedido de Informações que fizemos cujo retorno foi insuficiente. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon, a Verª Maria Celeste ficou preocupada agora. Fique tranquila, porque eu não vou tentar responder às acusações, porque todos os Partidos têm figuras atípicas, não adianta nós perdermos tempo com isso, com todo o respeito.

Secretário e Vereador desta Casa, João Pancinha, nosso colega de Bancada, quero cumprimentá-lo por se dispor a vir a esta Casa; com certeza, irá esclarecer dúvidas que os Vereadores já apontaram aqui desta tribuna. Eu também estarei atento, ouvindo, porque sei que é necessária esta vinda do Secretário e dos diretores dos diferentes departamentos do Município para esclarecerem os Vereadores e a sociedade de um modo geral. O seu gesto de estar aqui hoje é louvável, já foi dito por outros colegas, e eu reforço. Quero cumprimentá-lo por isso.

Evidentemente especulações que, a meu juízo, foram injustas, há poucos dias, merecem um destaque de parte de V. Exª para dirimir as dúvidas que ficaram. A mim não seria necessária a explicação, mas, sim, à população que nos assiste e, quem sabe, a alguns colegas que têm essa necessidade - eu não tenho.

Então, eu quero cumprimentá-lo por estar aqui, de peito aberto, e que bom que todos se dispusessem a vir aqui mais seguidamente. Parabéns, Vereador e Diretor-Presidente!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. José Aldacir Oliboni está com a palavra.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; saúdo aqui o nosso colega, Ver. Pancinha, hoje Presidente da Carris; saúdo todos, senhoras e senhores que acompanham a nossa Sessão. Quero, primeiro, fazer dois pedidos, nobre Vereador e Presidente da Carris. O primeiro trata de uma parceria com a Carris para nós construirmos uma unidade de saúde próxima à Carris ou na área em que a Carris está pleiteando usucapião para o Município de Porto Alegre.

A Unidade de Saúde da Vila Ceres, que fica ao lado, praticamente está numa área alugada e com os dias contados. Eu queria muito que a mesma parceria que a Carris já faz com outras entidades pudesse também ser feita para que a comunidade fosse contemplada com o dinheiro público para o bem dela mesma, numa parceria com a comunidade no sentido da construção de uma unidade de saúde.

A outra questão é a seguinte: a Carris, que vem há muito tempo com o conceito positivo, e isso é importante, tem uma avaliação da ISO, como tu falaste, tem ampliado os seus serviços e melhorado a qualidade do ônibus. E nós percebemos, Valtinho - que está aqui para acompanhar e é membro da Acessibilidade -, que tem aumentado o número de unidades de ônibus voltados à questão da acessibilidade, seja para cadeirante ou não, e assim por diante. A pergunta que eu faço, nobre Presidente, é a seguinte: a Carris pretende atender apenas à lei ou terá 100% de unidades com acessibilidade? Isso é o ideal para o transporte coletivo. Nós queremos que o cidadão - e hoje isso envolve 16% a 18% das pessoas com algum tipo de deficiência - possa ter acesso a todos os instrumentos públicos, não só a prédios, não só a serviços, mas também ao transporte coletivo. Amanhã pode ser o metrô, mas hoje o transporte pode dar a possibilidade de o cidadão não ficar uma hora, duas horas em uma fila, em uma parada de ônibus, num dia de chuva, esperando que passe o ônibus que tem acessibilidade. Então, é importante que a Carris possa ser pioneira no sentido de aumentar essas unidades com acessibilidade.

As outras duas questões, nobre Presidente, dizem respeito, primeiro à sindicância, de como está essa situação que, se não me engano, envolve o Sr. Francisco e o Luiz Fernando. Não sei se esses são os nomes, mas chegaram para nós como os que estariam com algum problema, mas retiro isso aqui se não há problema, porque o importante é saber como está a sindicância. Há algumas coisas que são difíceis de ser explicadas, meu nobre colega Vereador, por exemplo, quando se demitem quatro ou cinco servidores concursados e, na mesma semana, se admitem CCs, assunto que foi trazido aqui pelos demais colegas Vereadores, até porque nós percebemos que este Governo tem sido pioneiro na criação de Secretarias e de CCs, inclusive de FGs, e muitos Vereadores tentam dizer que era o PT que fazia isso, e nós percebemos, pelos dados, que este Governo gosta muito de CCs e de FGs. O que aconteceu na Carris? Por que demitir servidores antigos e, na mesma semana, chamar vários CCs, inclusive apoiados por esta Casa? Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro Presidente João Antônio Pancinha, eu quero, em primeiro lugar, agradecer à Bancada do PTB e ao Vice-Líder DJ Cassiá, que me cederam o tempo para que eu pudesse falar. Eu quero dizer que o pioneiro na criação de novas Secretarias é o Partido dos Trabalhadores, e não a atual Administração, isso é bom esclarecer.

Em segundo lugar, eu quero dizer que acompanho a atuação da Carris muito de perto nos últimos 50 anos. Em julho de 1961, eu terminei com a última greve de bondes da Carris; nunca mais fizeram greve. Em 08 de março de 1970, eu era Assessor-Engenheiro do Professor - a quem eu assim sempre chamei -, o Prefeito Telmo Thompson Flores, e o último bonde circulou em 08 de março de 1970.

Em 1960, quando o Prefeito José Loureiro da Silva assumiu a Prefeitura, nós tínhamos a Divisão de Transporte Coletivo. Nós tínhamos 160 ônibus, 1.872 funcionários, quase todos faziam 120 horas extras - bons serviços, muito bons, tanto que o Prefeito mandou terminar! E desses 160 ônibus, a maioria não funcionava, porque eram recuperados - um pedaço daqui, um pedaço dali -, com exceção dos Available, que eram novos. O Prefeito pediu que a Divisão de Transporte Coletivo fosse extinta, e nós tínhamos quase o mesmo número de funcionários que a Carris tem hoje, mas ela tem 115% a mais de ônibus - o dobro e mais 15% do que nós tínhamos naquele tempo, só que os ônibus da Carris funcionam. Portanto, quero cumprimentá-lo, porque V. Exª preside uma empresa de alto nível, muita boa empresa. Eu tenho orgulho de dizer que tenho 500 ações dessa empresa, sou um sócio minoritário - os minoritários têm menos de 1% das ações da Carris, porque o resto é da própria Prefeitura.

Como Secretário de Transportes por duas vezes, fui representante do Executivo lá na Carris, para quando as decisões eram tomadas. E como Secretário de Transportes, na segunda vez, tive a satisfação de concluir o projeto das cinco primeiras linhas transversais entregues à Carris; hoje ela tem 11, prova de que ela cresce e fica cada vez melhor.

Portanto, eu quero dizer a V. Exª que tenha toda a tranquilidade, só os grandes podem cometer erros eventuais. Isso pode acontecer! Agora, é uma empresa enxuta, tem ônibus de qualidade, ônibus do melhor padrão, modelo para todo o Brasil, e não tem por que um eventual equívoco ser levado à conta de erro muito grave. Não, não tem erros lá! Eu acho que é uma empresa enxuta, muito bem administrada - muito bem administrada, repito - e espero que ela continue crescendo. Quero dizer que, também na administração do PT, ela continuou crescendo. Quando o Prefeito Telmo Thompson Flores terminou com as linhas de bonde, no dia 8 de março, os ônibus começaram a aparecer, e a coisa começou a crescer. Com o PT também cresceu. Mas hoje cresceu muito mais e recebeu o ISO 9001, e isso é um orgulho para a empresa, e é um orgulho para nós, porto-alegrenses, termos uma empresa com 139 anos que continua crescendo. No geral, a idade das empresas faz com que elas se depreciem, se deteriorem, porque é sempre difícil continuar crescendo, mas a Carris continua crescendo.

Eu cumprimento V. Exª, seus diretores e desejo que continuem tendo o mesmo sucesso que tiveram até agora, atendendo muito bem a população porto-alegrense. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A partir das manifestações dos Vereadores, nós franqueamos a palavra ao nosso Diretor da Carris.

Antes, eu alcanço a V. Exª, João Pancinha, o balanço oficial do “Câmara no Ônibus”; talvez o Prefeito já tenha mandado a V. Exª, mas eu vou fazer a entrega, porque aqui há várias impressões e opiniões da população sobre as Linhas T, que são, de fato, muito respeitadas, mas sempre há ajustes e pedidos em relação a elas. Algumas solicitações são muito desejadas, como a do T11, pois queremos mudar o fim da linha de local, para a sua ampliação. Então, faço a entrega do Balanço a Vossa Excelência.

 

(Procede-se à entrega do documento.)

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na realidade, eu vim apresentar o Balanço Social da Companhia, e não trouxe alguns números, porque não sabia que seria indagado pelos Vereadores. Mas há problema, porque, de forma tranquila e transparente, estou aqui e, se outras oportunidades tiver, aqui estarei, porque, oriundo desta Casa, acho que nós devemos ter o maior respeito pelo Legislativo. Quando, na questão das demissões, coloquei-me à disposição para vir à Comissão, tive o convite da Verª Maria Celeste, e aqui prestei os esclarecimentos que foram necessários; hoje, fiquei sabendo que foram um pouco insuficientes, mas estou à disposição para que a gente possa esclarecer definitivamente.

Então, eu não tenho o menor problema de estar aqui de uma forma tranquila, transparente, Ver. Oliboni, embora sem alguns números, porque realmente não estava previsto que eu seria indagado por algumas questões, mas fico feliz que todos os meus colegas do PT, toda a Bancada, tirando a Verª Sofia Cavedon, que é Presidente desta Casa, unanimemente, fizeram algumas indagações, inclusive alguns elogios pelos quais agradeço também.

Vamos começar. Eu não eu não consegui, Ver. Todeschini, pegar todas as questões, mas, basicamente, elas se referem à questão das demissões, e eu já aproveito e respondo também à Verª Maria Celeste e ao Ver. Oliboni também, que comentou a respeito. Quanto a essas demissões, quando chegamos à Carris, algumas reformas no setor de recursos humanos foram feitas, inclusive trazendo essa parte para a atualidade, porque ela estava muito atrasada em relação a recursos humanos, e essa decisão de afastar ou não funcionários veio sendo amadurecida durante um período muito grande e passou, simplesmente, por uma avaliação de rendimento e de capacidade técnica. Não houve nenhum outro tipo de avaliação, e eu afirmo, aqui, que essas demissões não foram cobertas por CCs. Quem tiver nome de alguma pessoa que tenha sido substituída por CC, eu peço que apresente, que será rechaçado imediatamente. Não houve nenhuma substituição desses nomes por CC. Então, foram avaliações técnicas, de rendimento, de capacidade técnica, e, se mais alguma informação, Verª Maria Celeste, for necessária, eu estou à disposição, inclusive do Ministério Público, para que a gente possa esclarecer esse tema.

Com relação à licitação para empresa de segurança patrimonial, este edital já foi cancelado, sim, Ver. Carlos Todeschini, porque houve um erro no edital, que foi levantado, inclusive, por um dos licitantes. Não tenho agora aqui os números, porque não sabia que seria perguntado, mas existe, inclusive, a lei que cita a questão, e, no dia 27, se não me engano, anulamos o certame.

A USECarris, que está num terreno ao lado da Companhia Carris, com outro endereço, fez a contração de uma empresa de vigilância para cuidar do seu patrimônio e também colocou um estacionamento que está sendo cobrado na área da USECarris. A intenção da USECarris é, com o retorno desse investimento do estacionamento, fazer o pagamento da empresa de vigilância. Nesses dois primeiros meses, nós adiantamos um repasse - porque sempre há um repasse: os funcionários, os colaboradores são descontados, e é repassada a contribuição à USECarris -, nós fizemos o adiantamento. Estamos agora vendo que não é possível continuar assim, mas não é pagamento da Companhia Carris; é um adiantamento de repasse.

A questão da licitação dos ônibus: nós tivemos uma licitação que foi vencida por um consórcio, e um outro consórcio não apresentou a documentação exigida no edital, e foi impugnada a sua participação - não vou nominá-lo aqui -, e, insatisfeito, ele procurou a Justiça e está numa demanda judicial. Foi declarado vencedor um outro consórcio, e agora temos que aguardar a questão judicial, porque à Carris não compete interferência nesse aspecto, a Justiça é que vai definir. Lamentavelmente, esse imbróglio está atrasando a aquisição de cinco veículos articulados, que eram o motivo da licitação.

Acredito que ao Ver. Todeschini tenham sido respondidas todas as questões.

Ver. Adeli Sell, temos uma agenda marcada para sexta-feira, certamente conversaremos a respeito da Carris e de outros temas, mas, realmente, a Carris, que abrange praticamente toda a Cidade, de norte a sul, leste a oeste, é responsável por 22,07% do transporte de Porto Alegre. Temos estudos de ampliação de linhas, da criação do T12, T13 - não nos furtaremos de criar o T13 - e tentaremos chegar até o T15, passando também pelo T14. Claro que isso depende de uma série de análises técnicas que passam, inclusive, pela EPTC, que é o órgão controlador da mobilidade urbana.

A questão do software de gestão me parece que é a questão mais indagada hoje, já aproveito e respondo a mais alguns Vereadores. A Carris é uma companhia que está crescendo bastante, é líder de mercado. Nós batemos todos os índices conferidos pela EPTC, batemos a questão da iniciativa privada, e nós precisamos de modernidade. Nós temos quatro ou cinco sistemas diferentes na Carris, alguns dos sistemas com mais de 30 anos, totalmente obsoletos. Então, fizemos um estudo, ao longo do ano passado, sobre a necessidade de implementar um novo sistema de gestão na Companhia. Fizemos a licitação na modalidade pregão, no qual há esse histórico que o Ver. Mauro Pinheiro colocou com relação à primeira licitação, quando foram abertos os lances, porque havia apenas uma empresa. No segundo pregão, apareceram duas empresas com valores completamente discrepantes uma da outra; achamos por bem cancelar esse pregão e irmos para o mercado para vermos o porquê disso, e já tínhamos orçado a execução desse sistema de gestão com a Companhia Carris, o qual dava um valor absurdo de R$ 1,4 milhão, se desenvolvido o sistema pelos seus colaboradores. Fomos para o mercado e avaliamos que um sistema desses custa algo em torno de um R$ 1,3 milhão. Pesquisamos, e aí, sim, observamos duas falhas nessa questão do pregão: em 2009, o nosso Departamento de Informática elaborou um orçamento para esse sistema de gestão, cujo valor estimativo era de R$ 690 mil, e, nesse pregão agora, foi feito o preço-base de trezentos... Eu estou sem os números aqui, mas foram trezentos... Vossa Excelência está bem mais informado do que eu. Impressionante, Ver. Mauro Pinheiro, o senhor é muito competente. Então, houve o terceiro pregão, quando foram apresentadas duas empresas. Uma delas foi essa que venceu, a Softbus, com um valor abaixo daquele de 2009 e praticamente menos da metade do valor de mercado. Entendemos por homologar esse pregão, a empresa iniciou os trabalhos, e, logo adiante, a Fazenda do Município alertou para a questão da modalidade da licitação e deu um parecer dizendo que essa modalidade não era adequada para essa situação. A PGM também nos deu o parecer de que não era a modalidade adequada, sugerindo, então, que se abrisse um prazo, que se cancelasse o pregão e, por consequência, o contrato, e que também se abrisse uma sindicância para ver o processo existente desde 2009. E assim foi feito. Aí, posteriormente, já com os dados da PGM e da Auditoria da Fazenda, entrou o Ministério Público, para o qual também já prestamos esclarecimentos, mas, basicamente, o problema que houve foi a modalidade do pregão, que não é adequado para esse tipo de modalidade, porque é extremamente específico; ele não é um software de prateleira, como se chama, que as empresas podem ofertar, mas é um software específico que requer que seja feita uma licitação sob forma de concorrência. Então, abrimos um prazo para a empresa se manifestar, dizendo que nós teríamos a intenção de romper o contrato, porque a modalidade do pregão não era adequada. Demos o prazo, eles apresentaram a justificativa, nós não aceitamos, cancelamos o contrato. Então, hoje não existe esse contrato, e, infelizmente, a Carris continua com o sistema de 30 anos atrás.

Eu acredito que tenha esclarecido o assunto, mas, se precisarem de mais dados, mais elementos, posso trazer, mas, basicamente, o que ocorreu foi isso.

O Secretário Casartelli já esteve conversando comigo na Carris, inclusive vendo a possibilidade de essa unidade do posto de saúde ser construída ali. Nós não temos, hoje, uma área que possa atender a essa demanda, mas aquele terreno localizado atrás da associação está em processo de análise para ver se pode ser passado para a Carris. Isso, inclusive, tem a parceria do Secretário Casartelli, que também está fazendo essa pesquisa, e do Prefeito Fortunati. V. Exª pode ficar tranquilo, que a Carris está tratando desse assunto. Havendo a possibilidade, a Carris, até pelo motivo desta visita hoje, que é o seu Balanço Social, é parceira para que essa unidade de saúde esteja dentro da Carris para atender à comunidade do Partenon.

A questão da sindicância foi aberta, Ver. Oliboni, conforme falei há pouco, não existem nomes; ela foi aberta e está fazendo o seu trabalho de uma forma isenta. Nós temos 30 dias para apresentar as conclusões, os sindicantes têm 30 dias para apresentar a sua conclusão. Nós começamos na semana passada. Então, vamos aguardar os resultados dessa sindicância.

Verª Sofia Cavedon, nobres Vereadores e Vereadoras, eu acredito que tenha respondido a todos. Agradeço os elogios feitos para a Companhia - não são para este Presidente, mas, basicamente, para os seus colaboradores, porque, realmente, quem toca a Carris adiante são os seus colaboradores.

Quero dizer, de uma forma muito tranquila, que estou à disposição para prestar qualquer esclarecimento que seja necessário. A Carris está extremamente preocupada com uma situação, e aqui eu quero fazer um agradecimento ao Ver. Sebastião Melo e também à Verª Sofia Cavedon, porque estamos preocupados com a Segurança. No início do ano, isso foi tratado lá na Companhia Carris, e com os demais consórcios também. Ficamos de solicitar uma audiência pública e, através do Gabinete do Ver. Sebastião Melo, já tivemos a confirmação da Verª Sofia Cavedon de que, no próximo dia 11, aqui, neste Salão, teremos essa Audiência Pública, para a qual todos os atores envolvidos serão convidados, desde as empresas de ônibus, os usuários, a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Secretaria de Segurança do Estado, os sindicatos. Então, Ver. Mauro Zacher, aproveito para divulgar esta Audiência Pública que tratará, especificamente, da Segurança no transporte coletivo de Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTA (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra.

 

O SR. MAURO ZACHER: É quase uma Questão de Ordem. Sei que, regimentalmente, não seria possível, mas, como são poucos inscritos, nosso Vereador e Secretário João Pancinha, eu queria dizer que as suas explicações, a sua exposição hoje nos contempla, vinda de quem está na vida pública e na administração de uma empresa tão reconhecida e que tem um carinho tão grande por nós, porto-alegrenses, e por isso, talvez, a nossa apreensão. A sua presença aqui demonstra que ser gestor público é explicar, é dar a sua prestação de contas. Nós queremos, realmente, que a Carris continue no caminho da construção desta Cidade e do nosso transporte público. A nossa Bancada está aqui solidária para que possamos continuar avançando.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Apenas para concluir, falta mais uma questão, a do Ver. Aldacir José Oliboni. A intenção da Companhia Carris é de, sim, a cada renovação de frota, renovar por ônibus com acessibilidade universal. Nós hoje temos 52% dos veículos com acessibilidade, e inclusive é determinação do Prefeito Fortunati que toda renovação de frota seja feita também cuidando da acessibilidade universal.

Quero agradecer à Presidente Sofia Cavedon e aos Vereadores e Vereadoras a oportunidade de vir aqui apresentar o Balanço Social e também aproveitar para responder a algumas questões dos Vereadores, colocando-me à disposição, mais uma vez, de uma forma tranquila e muito transparente, reconhecendo a necessidade que esta Casa tem de fazer este papel. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu ia encerrar exatamente com estas palavras: que os Vereadores demonstraram que acompanham as temáticas da Cidade no detalhe. Acho que a Cidade tem que se orgulhar dos seus Vereadores, que estudam, que trabalham, que escutam a população, que recebem aqui as demandas. Nesse mesmo sentido, agradecemos a presença do Diretor-Presidente da Carris, que hoje, tenho certeza, teve mais um panorama dessas questões e vai ter uma dobrada atenção, além das respostas que já apresentou aqui.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h17min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h18min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Helena da Ipê está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. HELENA DA IPÊ: Boa-tarde à Presidência! Boa-tarde, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras! Usando o espaço da Liderança do PSOL, cedido pelo nosso Líder, Ver. Pedro Ruas - sou Helena da Ipê, Vereadora Suplente substituindo a Verª Fernanda -, quero “pegar o ônibus andando”, mas voltando à questão da regularização fundiária. Uma ação de regularização fundiária, hoje, dentro de Porto Alegre, em algumas áreas, só é possível se todos os Vereadores estiverem de acordo e fizerem um seminário chamando todos os órgãos que se possam envolver, que são várias Secretárias e departamentos da cidade de Porto Alegre, inclusive a Secretaria de Segurança, e não só o Município, pelo DEMHAB, porque ele sozinho não vai conseguir regularizar nem reassentar; é necessário que exista o envolvimento do Estado, o envolvimento federal para que possa ser organizada a cidade de Porto Alegre, pois a maior parte das vilas... Se continuar o ritmo que está, afirmo que não vou viver para ver essas vilas regularizadas e urbanizadas. Não é possível que sejam feitas casas para reassentar famílias em locais que seriam para reassentar famílias que estão em área de risco, em locais em que tem que ser feita a abertura de ruas. Só se ouve falar em projetos, projetos, projetos, mas de execução, infelizmente, não se ouve falar. Muitas vilas de Porto Alegre estão necessitando, urgentemente, que esta Casa - que é a representação do povo, eu estou aqui por poucos dias, mas também estou representando, como todos os Vereadores aqui, a cidade de Porto Alegre - estude a regularização das vilas. E isso só é possível se houver a união das Secretarias. Há algumas comunidades sendo regularizadas, mas agora parou - há dois, três anos que o processo está parado. As obras começam e param, porque não existe um elo de contato entre as Secretarias. E isso acontece em vários órgãos: DEMHAB, FASC, SMED, DEP, DMAE, SPM, EPTC, Saúde, SMAM, e até o MP, em algumas áreas, por quê? Nem todas as áreas são do Município, há áreas do Estado, áreas federais, áreas particulares. E as comunidades ficam lá esperando para serem regularizadas. O problema é sério! Por quê? Muitas Secretarias não conseguem atuar dentro das vilas de Porto Alegre, porque não há segurança.

Mais uma vez, Srs. Vereadores, eu, como moradora de vila irregular - e vivo dentro das comunidades -, quero reforçar aqui que é necessário, sim, que o Legislativo e o Executivo façam um seminário para haver um acordo para a regularização fundiária. Porto Alegre precisa ser uma cidade regularizada, urbanizada, em que as pessoas tenham dignidade. Hoje não se pode construir uma creche numa vila irregular, não pode haver pavimentação, não pode fazer uma rede de esgoto pluvial numa vila irregular. Como vai ser a atuação nessas vilas? Para que ir para o Orçamento Participativo? Por que gravar no livro? Está ali, estão no livro, gravadas as demandas das comunidades. Mas como é que vão ser executadas as obras se uma Secretaria empurra para outra, e as obras não são executadas por questões fundiárias?

Então, Srs. Vereadores, é muito importante esse seminário proposto pelo Ver. Pedro Ruas.

Recebi ontem um Projeto das creches noturnas, que é uma grande necessidade para quem vive nas comunidades, paras as mães que não estudaram, que não se qualificaram, que querem ter uma qualificação para disputar o mercado de trabalho. E me surpreendeu, com todo respeito, o Ver. Paulinho Rubem Berta - não sei se está aqui agora -, que votou contrariamente ao relatório, sendo de uma comunidade e conhecendo a realidade. Lá há mulheres depressivas, que gostariam de trabalhar, gostariam de se qualificar para o mercado de trabalho e que não tiveram a oportunidade, porque tiveram filhos. Creche noturna, sim! E é um Projeto que veio do PT, de autoria da Verª Maria Celeste, que é uma demanda da comunidade.

Srs. Vereadores, esse Projeto está tramitando aqui na Casa. Antes de desistir dele, procurem ouvir a comunidade, procurem ouvir as mulheres, porque essa é uma grande necessidade. Eu quero agradecer aqui a oportunidade e expressar, mais uma vez, a minha grande ansiedade pela urbanização da Cidade, pela regularização fundiária, pelas creches comunitárias e pela creche noturna, sim, que é uma grande necessidade para as pessoas que vivem lá na comunidade, para um grande número de mulheres que estão depressivas, para um grande número de mulheres que trabalham em turno da noite. Os supermercados, por exemplo, têm três turnos; em um desses turnos, as mães ficam desamparadas, os filhos ficam sozinhos em casa, porque elas têm que trabalhar. Era isso. Muito obrigada pela oportunidade.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; meus senhores e minhas senhoras, eu sou sempre muito coerente nas reclamações que faço, mas, antes disso, eu quero cumprimentar a Assembleia Legislativa e os 47 Deputados Estaduais que votaram uma Emenda Constitucional à Constituição Estadual, possibilitando aos Municípios a cobrança de ISSQN sobre as operações com os cartões de crédito nos seus Municípios. Eu gostaria de chamar a atenção para o fato de que é importante também cuidar dos cartões de crédito dos supermercados, porque tem supermercados cobrando juros de 16,5% ao mês. Então é muito importante que sejam vistos, quando da operação ISSQN sobre os cartões de crédito, os dos supermercados também.

Mas, de qualquer forma, Srª Presidente, eu tenho muito tempo aqui reclamado do número de Municípios que se fazem neste País: 233 nós tínhamos em 1985; 496 nós temos agora; e já estão assanhados, e mais ou menos apadrinhado, mais 26. Será que isso traz algum progresso para nós? Claro que não traz. Assim como eu sou contrário à criação de Secretarias e de Ministérios e de mais número de Vereadores, eu também sou contrário à criação de mais Municípios.

Vejam só o que traz o jornal Zero Hora: “Hospital fantasma, símbolo do desperdício.” É um dos 496 Municípios do Rio Grande do Sul que têm um hospital pronto, com todos os equipamentos, só não funciona. Nesse Município, o hospital foi iniciado no Governo Jair Soares e levou 14 anos para ser feito. A construção começou em 1986, com a ideia do então Governador Jair Soares, para desafogar a demanda da Capital, ficando pronto, aos tropeços, 14 anos mais tarde; portanto, no ano 2000. Há 11 anos está fechado, feito com boa parte de recursos doados por moradores da Barra do Ribeiro. Todos os dias transportam, da Barra do Ribeiro para Porto Alegre, 52 pacientes que poderiam ser atendidos naquele Hospital. Barra do Ribeiro tem 12.500 habitantes. Agora, vejam, um Município com cinco mil habitantes vai buscar recursos nos cartões de crédito? Não possui indústrias pesadas, um comércio importante ou serviços melhores.

A arrecadação do Município de Barra do Ribeiro, no mês de junho, com 12.500 habitantes - é um Município tradicional, não é um dos 266 que foram criados depois de 1985 -, foi de R$ 1,3 milhão. Câmara de Vereadores, Prefeitos, Secretários, servidores municipais, será que isso é suficiente para a Assembleia estar pronta para criar mais 26 Municípios? Eu acho que é um desperdício de dinheiro do Rio Grande do Sul, contrariando o interesse do povo gaúcho. Portanto, esqueçam de fazer mais Municípios, esqueçam de fazer mais Ministérios - já temos 38 -, esqueçam de criar novos Estados. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo a Emenda nº 01 ao PLCL nº 009/10, de autoria dos Vereadores João Antonio Dib e Mauro Zacher: (Lê.) “O novo art. 51-I da LC 395, de 1996, acrescentado pelo art. 1º do PLCL nº 009/10, passam a vigorar conforme segue: Art. 1º .....; Art. 51-I, fica garantido o acesso aos níveis de atenção dos centros de referência em reabilitação de média e alta complexidade, bem como a reabilitação baseada na comunidade por meio das Unidades Básicas de Saúde ou serviços conveniados compondo equipes previstas nas políticas de reabilitação física, previstas pelas políticas públicas, em consonância com a Portaria nº 818, de 2001, do Ministério da Saúde; I - Acrescenta, ao art. 1º do PLCL nº 009/10, o novo art. 51-L à LC 395, de 1996, com a redação que segue: Art. 1º ....; Art. 51-L - a Política da Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência esteja na pactuação dos planos plurianuais de saúde do Município.”

Apregoo a Emenda nº 02 ao PLCL nº 009/10, de autoria dos Vereadores João Antonio Dib e Mauro Zacher: (Lê.) “I - Os incisos I e IV do § 1º do novo art. 51-E da LC 395, de 1996, acrescentado pelo art. 1º do PLCL nº 009/10, passam a vigorar conforme segue: Art. 1º...; Art. 51-E... § 1º... I - O acesso aos centros de referência em habilitação e reabilitação, conforme determina a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, com atendimento e procedimentos de média complexidade, em caráter ambulatorial, com modernização permanente, devendo cada paciente ser atendido conforme suas necessidades, considerando critérios de ingresso, alta da instituição ou atendimento, com acompanhamento sistemático; ...IV - a garantia do transporte social adequado a cada especificidade, para assegurar o acesso e o atendimento continuado na rede de serviços; e I - O § 2º do novo art. 51-G da LC 395, de 1996, acrescentado pelo art. 1º do PLCL nº 009/10, passa a vigorar conforme segue, excluindo-se a relação de profissionais constantes da redação atual do dispositivo: art. 1º...; art. 51-G...; § 2ª - A equipe mínima multiprofissional será composta de acordo com o nível de atenção de saúde e tipo de deficiência.”

Apregoo o Requerimento, de autoria desta Vereadora, de dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCL nº 009/10 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Emenda nº 01 ao PLL nº 030/10, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera o art. 9º, que passa a ter a seguinte redação: (Lê.) “Art. 9º - Sem prejuízo da responsabilidade civil e penal decorrente de legislação especial, a presente Lei contempla projetos licenciados a partir da sua sanção, ressalvando, expressamente, as piscinas cujos projetos foram aprovados ou protocolados até a data de sua publicação, os quais se subordinam a legislação até então vigente.”

Apregoo Emenda nº 02 ao PLL nº 030/10, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera o art.10º, que passa a ter a seguinte redação: (Lê.) “Art. 10º - A não observância das disposições desta Lei sujeitará o infrator, sucessivamente, as seguintes penalidades: I - Advertência; II - Auto de infração; III – Multa de 03 a 35 UFMs; IV - Interdição por tempo mínimo de 30 dias; V - Interdição até o cumprimento das normas legais. Parágrafo único - O processo administrativo de imposição das sanções estipuladas neste artigo deverá ser precedido de advertência por escrito, através da qual se dará conhecimento à parte ou interessado, de providência ou medida que lhe caiba realizar. Alerta a redação do art. 11, passando seu parágrafo único a ser tratado no caput, com a seguinte redação: Art. 11 - A aplicação das sanções previstas no art. 10º, no que couber, obedecerá ao rito e às gradações previstas nos capítulos II e IV da Lei Complementar nº 284/92 (Código de Edificações do Município de Porto Alegre). O caput do art. 11, passa a ser o art. 12, mantendo sua redação original. Art. 12 - Os valores resultantes das multas oriundas desta Lei serão destinados ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente.”

Apregoo o Requerimento, de autoria Ver. Reginaldo Pujol, solicitando a dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLL nº 030/10 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Sebastião Melo solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 8 de agosto a 13 de agosto.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidenta, apenas para fazer um registro, o Ver. Paulo Marques, meu colega de Bancada, assumiu alguns compromissos como Vereador, solicitou-me, portanto, para fazer a entrega de alguns títulos. Então estou tirando Licença de seis dias para que ele possa assumir nesse período e cumprir os compromissos que ele assumiu. Está registrado.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está registrado, Vereador. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 16h31min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

REQUERIMENTOS - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 054/11 – (Proc. nº 2669/11 – Ver. Sebastião Melo) – requer seja o período de Comunicações do dia 8 de setembro destinado a assinalar o transcurso dos 47 anos do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar.

 

REQ. Nº 058/11 – (Proc. nº 2752/11 – Mesa Diretora) – requer seja o período de Comunicações do dia 12 de setembro destinado a assinalar o transcurso do 80º aniversário da SPAAN.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação, o bloco, dos Requerimentos nºs 054/11 e 058/11. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1104/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que inclui Seção IV-A no Capítulo IV da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – que institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, dispondo sobre a Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência (PCD).

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Idenir Cecchim: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Marques: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Thiago Duarte: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 18-04-11;

- discutiram a matéria os Vereadores S. Cavedon, A. J. Oliboni, R. Pujol e Profº Garcia.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLCL nº 009/10. Discutiram a matéria os Vereadores Sofia Cavedon, Aldacir Oliboni, Reginaldo Pujol e Professor Garcia. Não há mais quem queira discutir. (Pausa.) Em votação. PLCL nº 009/10. (Pausa.)

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 009/10.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Serei muito breve, porque este Projeto já foi discutido por nós no primeiro semestre. A Secretaria da Saúde abriu as portas para uma reunião para tirarmos os elementos que poderiam caracterizar vício de origem, que era a previsão da constituição do Centro de Reabilitação. Quero cumprimentar o Valtinho, que está presente no plenário e que representa as entidades que se mobilizaram. Foram dois anos, talvez mais, de construção do Projeto em diferentes momentos e Comissões, na CEDECONDH, na CUTHAB, com Vereadores envolvidos, a Verª Neuza, o Ver. Guilherme, o Ver. Comassetto quando presidiu; o Ver. Oliboni, o Todeschini; é um processo longo. E V. Exas têm em mãos as duas Emendas que corrigem os problemas de vício de origem. São pequenas correções. Apenas, Valtinho, não deixamos listados os profissionais das equipes, e sim prevemos uma equipe multidisciplinar, conforme os problemas de deficiência e avaliação da Secretaria, do Conselho de Saúde; corrigimos, mas ficou garantido o acesso aos níveis de Atenção dos Centros de Referência e Reabilitação de Média Complexidade. Em vez de dizermos que serão instalados os Centros, nós garantimos o acesso a eles, corrigimos diferentes parágrafos, não muitos, que retiram um possível vício de origem, e o Projeto fica bastante completo, na íntegra, uma linda construção do Movimento das Pessoas com Deficiência que escreve no Código de Saúde um sistema de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência, prevendo a caracterização das deficiências e prevendo desde o diagnóstico precoce, a estimulação precoce até a reabilitação, a habilitação no sentido da educação, até dos cuidadores das pessoas com deficiência para que saibam como acompanhá-los, como cuidá-los. Também prevê esse sistema integrado junto às Equipes de Saúde da Família para que haja um ato continuado, sistêmico, integrado de apoio à saúde das pessoas com deficiência.

Isso vai ser, como expressou o Valtinho e tantos outros militantes, um instrumento para a gestão da Secretaria da Saúde e, principalmente, para as pessoas com deficiências e entidades se organizarem para lutar por um atendimento melhor em Saúde à Pessoa com Deficiência. Nós sabemos o quanto já é difícil para quem não tem deficiência, e nós sabemos o quanto deve ser penoso para quem tem alguma deficiência.

Com isso, nós chegamos ao momento de uma construção muito bonita. Talvez fosse importante estarem aqui mais pessoas, mas nós vamos recuperar com o conjunto da Câmara - não é, Valtinho? - num seminário, para desdobrar isso, mas nós quisemos aproveitar que havíamos concluído essa construção e, na primeira semana do segundo semestre, já dar mais um passo no sentido de atendimento das demandas da população na cidade de Porto Alegre.

Então, eu agradeço ao conjunto dos Vereadores, porque todos as Comissões aprovaram, Ver. Pedro Ruas. E, agora, a construção final se deu em função desse grande apoio de todas as Bancadas, fazendo com que a Secretaria fosse sensível, dialogasse e construísse a redação final. Então, nós queremos que todos se sintam construtores. Eu sou uma intermediadora; a construção mesmo é desta Casa, e nós temos que nos orgulhar muito do trabalho continuado das suas Comissões, que passa pelas mãos de vários Vereadores e que, sim, trabalho que contribui para que o Executivo responda melhor à população.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Solicitamos à Verª Sofia que se aproxime da bancada do Ver. João Antonio Dib, que fará, junto com a nossa Verª Helena da Ipê e Maria Celeste, a entrega do cartão de aniversário, que transcorreu ontem, da nossa Presidente. Como é de praxe, todos entregaremos esse cartão. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega do cartão de aniversário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação PLCL nº 009/10.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente Toni Proença; colegas Vereadoras e Vereadores; público que acompanha a nossa Sessão, em especial o Valtinho, camarada, lutador pela causa e que está aqui presente nos acompanhando no dia de hoje, nós sabemos que, se fosse bem divulgado, este Plenário estaria praticamente lotado devido à importância que tem este Projeto de Lei. Eu queria parabenizar não só a proponente, Verª Sofia Cavedon, mas também o Secretário Casartelli, que, numa postura de acordo, conseguiram construir essa possibilidade de dar um atendimento mais humanizado às pessoas que têm algum tipo de deficiência, que somente em Porto Alegre chegam a quase duzentas mil pessoas. São 198 mil pessoas, conforme o IBGE, número trazido aqui pelo nobre cidadão Valtinho, que acompanha essa questão.

Mais do que isso, eu me lembro muito bem de que vários Vereadores me acompanharam, na época, como também o Valtinho - no mandato anterior; portanto há uns quatro anos -, a uma visita ao Centro de Reabilitação, Verª Sofia, aqui em Porto Alegre, no Partenon, um Centro de Reabilitação que foi praticamente desativado por falta de política para a reabilitação das pessoas que têm algum tipo de deficiência, mais precisamente aqueles que sofreram algum tipo de acidente e a quem, na verdade, a Cidade não oportunizava uma recuperação, uma reabilitação para a volta ao trabalho. E, agora, o Governo, percebendo isso, estabelece, através desse acordo com as entidades, a possibilidade de criar Centros de Referência, que poderão ser descentralizados, mas cria, sim, uma certa obrigatoriedade do Poder Público, para poder, em curto prazo, implementar essa política. E essa iniciativa tem que ser parabenizada e louvada, porque é muito mais difícil quando não se tem ideias, mas, quando se lança uma ideia, pode demorar um pouco, mas que ela pode ser implementada.

E, mais do que isso, também se cria uma possibilidade de transporte social. Embora nós já tenhamos hoje o transporte social, ele não estabelece que tipo de pessoa o Poder Público pode buscar com um instrumento público, no caso o carro. Hoje o SAMU busca as pessoas que têm um certo diagnóstico, que sofrem um acidente. Com a criação do transporte social, no caso de uma pessoa portadora de algum tipo de deficiência e não podendo se locomover, passa o Poder Público a ter a obrigatoriedade de buscá-la e levá-la ao instrumento público, seja na Saúde, seja no próprio Centro de Reabilitação, para a fisioterapia. Então, é preciso criar mecanismos para poder humanizar esse serviço.

E este Projeto, Verª Sofia, apresentado por V. Exª e discutido no mandato do Ver. Guilherme Barbosa - se faz aqui justiça ao nobre colega que por aqui passou -, chega agora ao trâmite final de consenso e aprovação.

Portanto, é uma bela iniciativa, e esperamos que isso aconteça em Porto Alegre, porque, com certeza, o que a gente precisa muito é poder humanizar e também dar mais dignidade às pessoas, dizendo a elas que é preciso, sim, e que há um serviço público que pode dar-lhes um mínimo de dignidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 009/10.

 

O SR. PEDRO RUAS: Ver. Toni Proença, que preside a Sessão; Vereadoras, Vereadores, eu falo aqui em meu nome e em nome da Verª Helena da Ipê, porque a Bancada do PSOL, Verª Sofia Cavedon, examinou o Projeto que Vossa Excelência lidera e tem muito orgulho de votar a favor. Eu digo “lidera”, porque isso é uma construção coletiva, sim, e importante. Eu tive a oportunidade e a honra de ser Relator, ainda na Comissão de Constituição e Justiça, deste Projeto e fiz um Relatório favorável, salientando e registrando esses diversos aspectos positivos que ele nos traz.

Eu uso ainda, Ver. Pujol, uma expressão que agora, há pouco, o Ver. Luciano Marcantônio me esclarecia; há uma denominação oficial - e o Ver. Luciano é um conhecedor do tema e um lutador nessa mesma área - em relação às pessoas com deficiência. E eu utilizei e continuo utilizando a expressão que aprendi nessa luta também - pessoas portadoras de necessidades especiais -, mesmo que, legalmente, seja outra a expressão, Ver. Luciano Marcantônio. Mas o fundamental não é a questão semântica aqui. O fundamental, Vereadores e Vereadoras, é exatamente o conteúdo do Projeto construído, Ver. Elói Guimarães, coletivamente; é uma conquista da Casa, liderada, no Projeto e na administração, pela Verª Sofia Cavedon. Portanto, para a Vereadora, os nossos cumprimentos; para a Casa, para o Valtinho também, o nosso agradecimento pela construção coletiva. Para a Cidade, com certeza, é um orgulho muito grande poder contar, a partir de agora, com um instrumento legal de tal porte, de tal natureza, de tal alcance e abrangência, que vai nos dar condições, sim, de ter ações concretas e de cobrar outras tantas do Poder Executivo. Eu acho que é um dia importante para a Cidade, e acho que a votação unânime na aprovação desse Projeto vai traduzir a vontade concreta da Casa Legislativa de Porto Alegre, de ter uma legislação avançada, moderna e eficaz como será essa. Pela provação. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 009/10.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Ver. Toni Proença, Presidente dos nossos trabalhos; Vereadores, Vereadoras; aqueles que nos assistem, eu quero trazer o nosso encaminhamento favorável, do PMDB, ao Projeto tão bem proposto pela Verª Sofia Cavedon, que já vem de alguns anos de discussão aqui na Casa. Tive a oportunidade de participar de várias reuniões, tentando construir uma atenção melhor, na nossa Cidade, para as pessoas com deficiência. Essa é uma luta permanente, nós sabemos disso, assim como a luta da Saúde é também uma luta permanente.

O nosso Código de Saúde, que é a Lei Complementar nº 395, é de 1996. Na realidade, é uma legislação que complementa, que suplementa a legislação federal e a legislação estadual da área da Saúde. Isso já traz, no seu bojo, uma série de competências. Nele, além da questão do SUS na nossa Cidade, estão incluídas as competências, por exemplo, da nossa Secretaria Municipal do Meio Ambiente, do nosso DMAE, do DEP, do DMLU, da nossa SMIC, no que tange à área da Saúde.

Então, é muito importante que, no contexto legal e, muito especialmente, no nosso Código Municipal de Saúde, as pessoas com deficiência tenham bem constituídas as ações necessárias, as ações pertinentes, para que nós possamos, permanentemente, levar uma sociedade melhor a todos. A sociedade é multifacetada, ela é multidisciplinar, e, com certeza, a visão de uma pessoa que tem uma deficiência relativa, seja ela qual for, é muito diferente daquela pessoa que não tem uma deficiência efetivamente.

Nós que, na maioria, temos a sorte de ter ainda uma saúde razoável e nenhuma deficiência mais forte, temos que agradecer todo dia por isso e desejar que as pessoas com deficiência tenham uma atenção melhor e maior de todos nós. Por isso, com certeza, passa a ter igualdade, vamos dizer assim, dentro do nosso Código Municipal de Saúde, para que possamos dar essa atenção complementar, essa atenção nos vários níveis da saúde, desde a sua reabilitação até o seu engajamento na saúde do trabalhador, em todas as áreas que envolvem a Saúde da nossa Capital. Precisamos ter presente a questão das pessoas que a sorte quis, ou o azar quis, que tivessem algum tipo de deficiência e que precisam ser amparadas para que tenham uma vida melhor. Essa nada mais é do que uma situação que tem que ser levada em consideração por todos nós sempre. Nós votamos há pouco, aqui, o Código de Acessibilidade, que é muito importante e que também entra nessa área, para que nós possamos viver numa sociedade unida, igualitária, em que todos tenham acesso ao que ela pode proporcionar.

Não é possível que um cadeirante não possa subir uma calçada, nem descer sem ter dificuldade. Não é possível que não tenhamos sinalizações para as pessoas com deficiência visual nos shopping centers, por exemplo, sinalizações para pessoas com deficiência auditiva. Enfim, sabemos que temos que avançar; temos avançado em Porto Alegre, em parte, nessa matéria, mas esta iniciativa também é uma iniciativa que, por reforçar um diploma legal importante, traz em si um mecanismo de cobrança efetiva, para que as associações, as pessoas com deficiência possam, junto ao Poder Público, cobrar aquelas ações tão necessárias para a sociedade, para que possamos alcançar a qualidade de vida que todos queremos, para que isso seja efetivado no dia a dia.

Por isso, acredito que vamos apoiar de maneira unânime, aqui na Casa, este Projeto. É o que eu desejo. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 009/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Raul Torelly, de uma forma até didática, deixou claro que nós estamos, na maior legalidade, atuando supletivamente com a legislação federal e estadual, conforme estabelecem as próprias normas constitucionais, que nos dão supletivamente essa competência de, não colidindo com as legislações federal e estadual, estabelecermos algumas normais próprias, que são o aprofundamento daquelas leis, como é o caso da lei que agora se transforma e que instituiu, ainda no ano de 1996, o Código Municipal de Saúde.

Eu quero deixar muito claro o seguinte: o Ver. Dib, Líder do Governo, nosso decano aqui na Casa, me chamou a atenção, no bom sentido, porque, primeiro, quando da votação do Parecer do Ver. Pedro Ruas, na CCJ, há mais de um ano, nós acompanhamos o Relator e votamos a favor. Na ocasião, inclusive, falamos claramente que, sob o ponto de vista legal, a matéria não oferecia nenhum obstáculo, e que eu me resguardava o direito de, oportunamente, discutir o mérito dessa matéria. Isso ocorreu na época oportuna, eu sou um dos poucos, junto com o Ver. Oliboni, que discutiram a matéria. Nós levantamos, naquela ocasião, alguns óbices, alguns dos quais, inclusive, sob o aspecto da legalidade. Nós entendíamos, como efetivamente entendemos, que o Projeto não poderia dispor, de forma diferente, matéria que já tivesse sido exposta na legislação federal ou estadual.

Hoje, muito cedo, a Verª Sofia Cavedon nos informou da proposição de duas Emendas, a Emenda nº 1 e a Emenda nº 2, sobre o que ela havia, inclusive, consultado, dentro do espírito de abrangência da Liderança do seu Partido, o Ver. Mauro Pinheiro, da Liderança do Governo, na figura do Ver. João Dib, e que tinha, inclusive, o apoio do PDT, na figura do Ver. Mauro Zacher. Obviamente, tão logo tomei conhecimento das Emendas, fui discutir com o Ver. João Dib sobre as mesmas. Eu tenho ainda uma ponta de discordância, eu acho que a inclusão de uma portaria, pura e simplesmente, no texto da lei municipal, não seria, no meu entendimento, a melhor técnica legislativa. Mas não vai ser um detalhe dessa ordem, que não é meramente formal - quero deixar claro; é de princípio -, eu não acolho bem saber que portaria tem poder igual ou superior a uma lei, ainda que seja uma portaria decorrente da competência do Ministério da Saúde. Acho que nunca uma lei pode se curvar para uma portaria, mas, sendo esse o único obstáculo e sendo uma matéria cuja discussão ainda não está acabada - diríamos até que ela está incrementada -, agora, no encaminhamento da votação, eu antecipo que irei, sem restrição, votar favoravelmente ao Projeto. É evidente que dirão: “Olha, Pujol, de que adianta o voto isolado do Democratas?” Eu sei que, quantitativamente, pode não representar muita coisa, mas, no meu ponto de vista, com a responsabilidade do exercício do mandato, para mim representa muito, representa a nossa presença nesta discussão, neste debate, a nossa posição claramente exposta neste encaminhamento de votação e, obviamente, no voto que daremos logo a seguir. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar o PLCL nº 009/10.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; meus colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores, vim aqui em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, dos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Adeli Sell, Maria Celeste e do nosso Líder, Ver. Mauro Pinheiro, para trazer o nosso voto favorável ao Projeto que também é de autoria da integrante da nossa Bancada, Presidente desta Casa, Verª Sofia Cavedon.

Registro que este Projeto foi trabalhado a muitas mãos. Cumprimento o Valtinho, cumprimento todas as pessoas, entidades e instituições que se envolveram na construção deste trabalho que iniciou ainda na década passada, lá em 2006, 2007, passou lá pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, que tivemos o prazer de dirigir; depois quem me sucedeu na Comissão foi o Ver. Guilherme Barbosa, que deu continuidade ao trabalho. A Verª Neusa Canabarro, quero registrar, também participou desta elaboração, e a Verª Sofia Cavedon capitaneou o Projeto, que traz, na sua essência, a inclusão no Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, quanto à Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência e à política municipal de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência.

Como neste mês de agosto, no dia 22, ocorre a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, nada mais interessante que apresentarmos este Projeto, momento em que a sociedade faz uma reflexão sobre a pessoa com deficiência. Nós aprovamos também, neste ano, o Plano Diretor de Acessibilidade, e teremos que incluir, no Código Municipal de Saúde do Município, a Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência, o que significa, Ver. Dr. Raul Torelly, tratarmos a promoção da qualidade de vida e a assistência integral à saúde da pessoa com deficiência. Então, não se trata do problema em si, mas da saúde integral. Deve haver uma política da prevenção de deficiência, porque muitas doenças, ao serem constatadas com antecedência, podem ser evitadas ou não chegarem ao ponto da deficiência. Tem que haver uma intervenção precoce e a ampliação e o fortalecimento dos mecanismos de informação. Então, a política de Saúde pública do Município de Porto Alegre passará a ter este compromisso, esta obrigação também direcionada às pessoas com deficiência: a ampliação e o fortalecimento da informação; a organização e o funcionamento dos serviços de atenção; a capacitação dos recursos humanos, dos nossos profissionais que já trabalham na área da Saúde, uma capacitação direcionada às pessoas com deficiência; a atenção à saúde do trabalhador e, por fim, a questão do suporte técnico. Então, estamos analisando, discutindo e fazendo as considerações necessárias a este Projeto, para que ele seja aprovado aqui. Sendo assim, pedimos aos colegas Vereadores que aprovemos por unanimidade este Projeto, porque ele vem para contribuir com Porto Alegre no sentido de Porto Alegre ser uma cidade que inclua, e não uma cidade que exclua; Porto Alegre, que tem sido pioneira em diversos temas, que tem sido pioneira e vanguarda no processo da democracia participativa. Portanto, esse é mais um passo que nós estamos dando na contribuição, na qualificação do Código Municipal de Saúde, incluindo a política para pessoa com deficiência na sua plenitude. Um grande abraço e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 009/10.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Ver. Toni Proença. colegas Vereadores. cidadãos, cidadãs, este Projeto de Lei Complementar, de autoria da nossa Presidente, Verª Sofia Cavedon, é de extrema importância, porque ele é mais uma ação forte, contundente e concreta em busca da inclusão social das pessoas com deficiência. Nós sabemos o quanto ainda existem barreiras a serem ultrapassadas, superadas, em relação a essa grande população, que são as pessoas com deficiência. Hoje, aproximadamente, 15% da população de Porto Alegre sofre por falta, por ausência de políticas públicas tanto no âmbito municipal quanto estadual e federal. Claro que Porto Alegre tem dado exemplo e tem avançado muito em relação a isso com a criação, por exemplo, do Plano Diretor de Acessibilidade e tantas outras ações. Através da nossa Secretaria de Acessibilidade do Município, temos conseguido agir em relação à busca dessa inclusão, mas sabemos que temos que avançar muito mais. E este Projeto de Lei Complementar visa criar no nosso Código Municipal de Saúde uma legislação específica para a pessoa com deficiência, um capítulo no nosso Código Municipal, que trata da conduta da área pública e privada em relação à Saúde de Porto Alegre - vamos ter um capítulo específico para tratar das pessoas com deficiência.

Parabéns, Verª Sofia, por essa sua autoria, pelo protagonismo, e parabéns ao conjunto de Vereadores que participaram dessa construção. Também quero agradecer a parceria, o apoio do nosso Secretário Municipal da Saúde, Carlos Casartelli, porque ele contribuiu, através de uma comissão, para que este Projeto pudesse hoje ser aprovado, e talvez consigamos aqui uma unanimidade na Casa, pela importância deste Projeto.

Toda uma engenharia política foi articulada, os Vereadores participaram, os movimentos sociais participaram e o Executivo Municipal, através da gestão Fortunati, participou, para termos, sim, algo extremamente importante, para que as pessoas com deficiência tenham cada vez uma vida mais digna, para que tenham, desde o nascimento, um acompanhamento específico, de acordo com a deficiência, para que essa criança tenha um futuro melhor, mais digno e mais inclusivo.

Quero dizer que, como membro fundador do Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência, no ano de 2006, e também como ex-Diretor da Fundação de Proteção no Governo Rigotto, eu fico feliz em ver os Vereadores e esta Casa, que responde pelos anseios da sociedade de Porto Alegre, fazerem jus a uma demanda das organizações não governamentais, das entidades, das instituições que lutam pela causa da inclusão das pessoas com deficiência. Este é mais um avanço, mais um ganho para Porto Alegre, mais um ganho para as pessoas com deficiência da nossa Cidade. Parabéns a esta Casa! Parabéns, Verª Sofia Cavedon! Tenho certeza de que a Bancada de Vereadores do PDT, em nome da qual estou me pronunciando - Ver. Mauro Zacher, Ver. Dr. Thiago Duarte, Ver. Tarciso Flecha Negra, Ver. Mario Fraga -, na sua totalidade, votará a favor deste importante Projeto pela inclusão social das pessoas com deficiência. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 009/10.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores, Verª Sofia Cavedon, eu quero cumprimentar V. Exª, mas faço questão de registrar que, se o Governo fosse do seu Partido, seria impossível fazer qualquer tipo de projeto tramitar desta forma. É claro que este é um Projeto técnico, Ver. Elói Guimarães, e bem escrito, bem feito, feito pelas pessoas que realmente entendem de deficiência.

A Verª Sofia é uma Vereadora muito inteligente e liderou este processo, mas eu tenho certeza de que, para que um processo como esse possa realmente chegar a bom termo, tem que haver a participação do Vereador e dos membros do Governo, juntamente com as comunidades. Aliás, eu acho que todos os projetos deveriam ser feitos exatamente assim, com a participação de todos, mas nem sempre, Verª Helena, as coisas acontecem dessa forma aqui nesta Casa. Mas, se porventura o Governo fosse do Partido da Verª Sofia, o que aconteceria é que o Vereador que estivesse tentando fazer tramitar um projeto como este seria morto durante o percurso, não chegaria até o final.

Eu, então, registrar que o Prefeito Fortunati, juntamente com o Secretário da Saúde, tiveram, Ver. João Dib, na verdade, muito boa vontade para acolher o Projeto assinado pela Verª Sofia Cavedon para que ele pudesse chegar até aqui. E as Emendas acolhidas foram responsáveis, Verª Sofia, pelo êxito do Projeto, porque, das correções feitas no art. 51-G e 51-L, uma retira aquela indicação de todos os profissionais que são necessários, substituindo apenas por frase que possa indicar aqueles profissionais que devem atuar realmente em cada um dos processos; outra faz uma correção técnica para o Projeto chegar a bom termo, ser aprovado e poder ser executado. Essas duas correções possibilitam que o Projeto, que está muito bem escrito tecnicamente... Eu acho que é um orgulho para todos nós estarmos votando um Projeto assim, porque se vê que houve a participação muito grande, muito abrangente de pessoas que entendiam do assunto deficiência física e que acabaram fazendo assessoria à Verª Sofia Cavedon. Acho, Ver. Sofia, que isso deveria servir de lição, porque, qualquer dia, o Governo pode ser exercido novamente pelo Partido de Vossa Excelência, e eu acho que o seu Partido tem que aprender lições como esta: quando um Vereador desta Casa estiver fazendo um Projeto, estiver à frente de uma ação, que não haja aqueles da Prefeitura, como muitas vezes aconteceu quando o seu Partido estava lá, que trancavam todo o mundo e desconheciam a Liderança de Vereadores desta Casa.

O Prefeito Fortunati não está sendo assim; o Prefeito Fortunati trabalhou junto com V. Exª, juntamente com a Secretaria da Saúde, e a gente está chegando a bom termo com relação a este Projeto, não restando aos Vereadores da Casa nada mais a fazer a não ser votar favoravelmente a ele e às duas Emendas que foram colocadas, porque elas estão muito bem colocadas e ajudam, não agora, neste momento, mas ajudarão quando da execução do Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais quem queira encaminhar. (Pausa.) Em votação a Emenda n° 01 ao PLCL nº 009/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLCL nº 009/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.

Em votação o PLCL nº 009/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1451/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/11, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Rua Hélio Carlomagno o logradouro público cadastrado conhecido como Acesso E – Trevo Ipiranga-Salvador –, localizado no Bairro Jardim Botânico.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 03-08-11.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLL nº 043/11. (Pausa.) O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 043/11.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, não é da praxe do debate da Casa discutir, encaminhar projetos sobre logradouro público, mas este é um caso especial para o qual eu gostaria de chamar atenção do Plenário, que é denominar-se um logradouro público com o nome de uma das grandes figuras, eu diria, da história, que é o ex-Deputado Hélio Carlomagno, que, à época da Legalidade, era o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Se nós apontarmos três grandes nomes desse grande movimento de massa que se deu em nosso País em defesa da Legalidade, nós citaríamos o Governador Leonel Brizola, grande líder do movimento; o General Machado Lopes, comandante do III Exército, e o Deputado Hélio Carlomagno, então Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Este mês comemora-se o cinquentenário da Legalidade, e nós pretendemos incluir esta decisão da Casa nas festividades e nas solenidades que marcarão o cinquentenário da Legalidade em nosso País.

Eu gostaria de falar aqui, mas o tempo, evidentemente, não nos permite, desse grande movimento que foi feito na defesa das instituições democráticas, na defesa da legalidade. O mês era agosto, e agora está fazendo 50 anos. Com a renúncia do Jânio, o Vice-Presidente da República, Dr. João Goulart, que se encontrava no exterior, especificamente na China - e todos sabem, todos conhecemos a história -, foi impedido de assumir, na forma da Constituição, a Presidência da República, e aí se dá o grande movimento da Legalidade no Estado do Rio Grande do Sul, que empolga a Nação, empolga as forças democráticas.

Então, este ano, agora neste mês, haverá grandes comemorações acerca desse grande movimento que reafirmou a posição democrática, legalista do nosso País. Hélio Carlomagno, um excelente Parlamentar, um homem de muita luta, foi fundamental, foi extremamente importante - Ver. João Antonio Dib, V. Exª, que conhece bem a história -, foi um homem extraordinário. Ele não era do PTB; era do PSD, e foi uma peça fundamental nesse movimento que partiu do Rio Grande do Sul e que, afinal, devolveu o poder ao Dr. João Goulart - com restrições, é verdade, porque ali se criou um parlamentarismo.

Portanto, fica aqui o agradecimento, enfim, por essa manifestação da Casa, em unanimidade, aprovando um logradouro público com o nome de Hélio Carlomagno, Ex-Presidente da Assembleia Legislativa e, à época, Presidente do grande movimento de massa da Legalidade, que palmou, empolgou a alma brasileira e, de resto, a alma gaúcha dentro dos grandes acontecimentos que teve o Rio Grande do Sul, não sendo só comparável com a Revolução de 1930, que também saiu aqui do nosso Estado. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais quem queira discutir. (Pausa.) Em votação o PLL nº 043/11. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 17h20min): Encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2435/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/11, que cria a Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SMTE), no âmbito da Administração Centralizada do Executivo Municipal, estabelece suas competências, cria cargos em comissão e funções gratificadas e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2444/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/11, que declara de utilidade pública a entidade Reciclando a Cidadania em Rede Interdisciplinar (REDECRIAR).

 

PROC. Nº 2445/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/11, que declara de utilidade pública a Organização Não Governamental Brasil Melhor.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1796/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/11, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que institui o Programa Municipal de Combate à Miséria por meio do Planejamento Familiar e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2117/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/11, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que obriga boates, danceterias e casas noturnas que registram o consumo de seus clientes por meio de cartão magnético a lhes disponibilizar terminal exclusivo para consulta de suas despesas.

 

PROC. Nº 2272/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/11, de autoria da Mesa Diretora, que altera a ementa, o art. 1º e os incs. I, II, III e IV do art. 2º da Resolução nº 1.388, de 21 de setembro de 1998, e alterações posteriores, ampliando, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o número de vagas de estágio destinadas a estudantes com deficiência mental provenientes de organismos ligados à Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – Faders –, e dando outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; todos que nos assistem, este período de Pauta é importante para que discutamos os projetos que estão tramitando na Casa. Eu tenho, particularmente, um Projeto que acho de extrema relevância, que está em 2ª Sessão de Pauta no dia de hoje; é um Projeto que institui o Programa Municipal de Combate à Miséria por meio do Planejamento Familiar.

Aquelas pessoas que já me conhecem há alguns anos sabem que eu tenho me dedicado muito à causa do planejamento familiar e, muito especialmente, à informação, à divulgação junto às comunidades mais carentes, pois são as que fazem o planejamento familiar com mais dificuldade, uma vez que a nossa classe média já o tem feito desde o século passado: as mulheres já estão com uma taxa de fecundidade bem menor, basicamente em função do que resolvem com seus maridos.

Agora, eu tenho tido a oportunidade também, com satisfação, de verificar que esse nosso trabalho, já feito há alguns anos, vem dando resultado na cidade de Porto Alegre. Por isso, eu gostaria de levar em frente esse Projeto, no sentido de não apenas ser um Projeto aqui na Casa, mas um trabalho que realmente defina um programa municipal na área do planejamento familiar e que se transforme em uma política pública permanente na nossa Cidade. Na realidade, as bandeiras, quando são de vários Partidos, viram políticas públicas, e é isso que nós queremos. Queremos justamente dividir com a Casa, com os colegas, com a sociedade, a nossa preocupação em fazer com que a sociedade se qualifique, cada vez mais, no sentido de que as pessoas tenham informação, acesso e oportunidade de desenvolver o planejamento familiar do casal, e que cada menina, cada menino, desde o início da sua vida reprodutiva, tenha acesso a essas políticas. Isso vai até a maturidade, em que as decisões passam desde uma pílula anticoncepcional, que muitas e muitas pessoas, principalmente nas classes menos favorecidas, não sabem nem como tomar e também precisam ser orientadas, até a ligadura, até a questão da vasectomia, inclusive daqueles casais que têm dificuldades de ter a sua prole e que têm de ser também atendidos.

Então, este Projeto, na realidade, busca que o Município se debruce de uma maneira firme, como já vem fazendo, mas que também priorize aquelas pessoas que estão em situação de miséria e de extrema pobreza, pois nós sabemos que são mais de 300 mil pessoas no Estado do Rio Grande do Sul e que devem beirar 50 mil pessoas nas nossas periferias de Porto Alegre. Precisamos, efetivamente, fazer uma busca ativa a essas pessoas, ou seja, que os programas cheguem até onde elas estão, porque as pessoas que vivem com menos de 140 reais, com menos de 70 reais per capita, não têm nem dinheiro para o ônibus, elas não têm dinheiro para ir até o posto de saúde; elas têm que, na realidade, ser estimuladas, informadas, e o acesso deve ser facilitado. O SUS deve fazer essa facilitação, abrindo agendas específicas para essa população, para que ela realmente possa atingir essa questão.

Estou muito feliz, porque, esta semana, fiquei sabendo, através do jornal Diário Gaúcho, que o senso de 2010 já se refere ao fato de que Porto Alegre já tem um número bem menor de crianças de zero a quatro anos em relação ao senso do ano 2000, isso especialmente nas áreas mais carentes, o que significa que o nosso trabalho realmente vem tendo resultado e está na cabeça, inclusive, da população menos favorecida, a quem queremos estar permanentemente ajudando. Muito obrigado, e saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna, Ver. João Antonio Dib, exatamente para falar do Projeto que está em Pauta no dia de hoje, que é a criação de uma nova Secretaria no Município de Porto Alegre, a Secretaria do Trabalho, se não me falha a memória, porque eu estou aqui sem a Pauta de hoje. Causa-me estranheza que, um mês depois de ter sido aprovada uma Secretaria - a Secretaria Especial dos Diretos Animais -, mais uma vez, chega a esta Casa, pelo Prefeito Municipal, a criação de uma nova Secretaria, Ver. Mauro Zacher, que aqui representa a Bancada do Prefeito.

No discurso de Comunicação de Líder do Ver. João Antonio Dib, se não me falha a memória, ele fazia uma intervenção contundente que eu espero que ele repita aqui para a Cidade de Porto Alegre. Se lá há tantos Ministérios no Governo Federal e foi anunciada a criação de vários Ministérios neste novo Governo - o Vereador fazia um apelo e dizia “não precisamos de mais Ministérios” -, então, eu quero, diante dessas palavras do Líder do Governo, poder repetir essa mesma fala, dizendo que nós não precisamos de mais Secretarias.

Outra questão que eu quero colocar é que nós já temos uma Secretaria de Indústria e Comércio, que trata exatamente do trabalho e do trabalhador, que é a SMIC! Eu ainda não compreendi o porquê da criação de uma Secretaria do Trabalho no Município de Porto Alegre, se já há uma Secretaria que trata desse tema, especialmente das relações formais e informais na questão do trabalho.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Ouço com muito respeito, o Ver. João Antonio Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Verª Maria Celeste, eu também a ouço com muito respeito. No entanto, o que eu afirmei é que o PT não poderia criticar a criação de novas Secretarias, porque foi ele quem começou a criar novas Secretarias, por exemplo, Segurança e Direitos Humanos. O que essas Secretarias podem fazer? Mas elas foram criadas na Administração de V. Exª, assim como foi a da Cultura, assim como foi a de Esportes. Então, eu, Ver. João Dib, não criaria Secretarias. Eu fui Prefeito com dez Secretarias e manteria a Prefeitura nessas condições. Essa é a posição do Ver. João Dib.

Agora, eu sou obrigado a reclamar: 37 Ministérios, e serão 38 e mais uma Secretaria de não sei o quê. Eu realmente tenho que reclamar, mas eu reclamei, porque o Ver. Oliboni disse que foi agora que se iniciou com as criações de Secretarias. Não foi agora que iniciou; foi nos 16 anos.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. João Antonio Dib. Temos acordo, então, nessa nossa fala, quando achamos que não há necessidade de criação de mais uma Secretaria com mais CCs na Prefeitura de Porto Alegre - se não me falha a memória, a criação de mais oito CCs para essa Secretaria. Quero, com muita tranquilidade, dizer que estou levantando todos os números de criação de Secretarias e de CCs neste Governo Fogaça/Governo Fortunati.

Quantos CCs Porto Alegre tinha na Administração Popular, efetivamente, e quantos CCs há hoje? Ainda não tenho todos os dados, mas, só para se ter uma ideia, Ver. João Antonio Dib, só na Administração Direta, o Governo atual criou 532 CCs. Nós tínhamos 267, ou seja, dobrou o número de CCs só na Administração Centralizada! Na Indireta, eu ainda estou levantando os dados, são mais os números de CCs que foram criados pelas empresas Carris, EPTC e PROCEMPA. O PT criou tantos CCs assim nas suas Administrações, ou foi este Governo Fogaça e Fortunati que dobrou o número de CCs, triplicou o número de estagiários na Prefeitura Municipal de Porto Alegre? Nós tínhamos em torno de mil estagiários na nossa Administração, Ver. João Antonio Dib, e hoje são mais de 3 mil estagiários na Administração Fogaça/Fortunati.

Então, nós temos que ver. Os números estão aí, são números da própria Prefeitura dizendo que esta Administração cria números a mais de CCs a todo momento, haja vista que nós criamos uma Secretaria há 30, 40 dias, e agora estamos, mais uma vez, com mais um Projeto para acomodar, com certeza, os companheiros dessa unidade partidária do Prefeito. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, em especial o meu querido Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib, que faz sempre manifestações respeitosas e importantes, o senhor fez uma fala aqui antes, referenciando a PEC aprovada ontem na Assembleia Legislativa, de autoria do Ver. Marlon Santos, votada por unanimidade, que obriga as operadoras de cartão de crédito a identificar as operações, porque hoje fazem uma burla, faturam em Barueri o ISSQN, em prejuízo do conjunto dos Estados e dos Municípios do Brasil. Portanto, essa é uma iniciativa muito positiva, que vai incrementar quase três bilhões de reais aos cofres do conjunto dos Municípios só do Rio Grande do Sul, e cada Estado terá a sua proporção nessa direção. O Ver. João Dib fez uma importante referência. Quero dizer que nós temos que fazer esse esforço, porque isso vai significar um incremento de receita a Porto Alegre de aproximadamente R$ 70 milhões por ano, ou mais, talvez possa dobrar, pode ficar até R$ 200 milhões por ano, é bem expressivo.

Estive, ontem, com o Dep. Marlon Santos, em um debate no Band Repórter, e já vinha acompanhando essa matéria. Isso é uma iniciativa que vem em favor de todos, sem aumentar tributos, sem causar qualquer acréscimo ao contribuinte. Portanto, vai ter retorno, sim, ao Município; indiretamente o Estado, e vai melhorar a Saúde, os serviços, enfim, a possibilidade de investimento das municipalidades.

Agora, o que questionamos aqui - quero fazer coro com o Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib - é que temos de ter muito cuidado, sim, ao criar Secretarias. Não sou contra criar Secretarias nem cargos, desde que eles tenham finalidade e tenham tarefas que possam reverter em grandes ganhos. Citei o trabalho do Dep. Marlon Santos, porque isso vai trazer grandes resultados para a coletividade, assim como muitos funcionários fazem do seu trabalho a reprodução de resultados que incrementam muito em benefício da comunidade. Agora, o que temos visto em Porto Alegre é a criação de inúmeras Secretarias e de muitos cargos apenas para acomodações políticas. Isso está errado! Nós não temos acordo! Nós não podemos apoiar esse tipo de medida!

O que foi criado de Secretaria, eu perdi a conta! Do Governo Fogaça para cá, foram oito, nove, dez. A Verª Maria Celeste deu os dados; praticamente dobrou o número de CCs. E qual é o resultado? Muito pouco ou quase nada! Se me convencerem de que criar cargos, criar Secretarias vai produzir resultados efetivos e vai mudar a qualidade dos serviços e a qualidade do Poder Público, eu apoio. Não tem problema, não tenho nenhum preconceito.

Nós criamos aqui a Secretaria da Acessibilidade - Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social -, e, por incrível que pareça, depois da criação dessa Secretaria, tudo diminuiu; aquilo que era feito nas obras, a inclusão social, a obrigatoriedade de análise de controle dos projetos para acessibilidade, não se vê mais nada. Não se pode andar nos passeios no Centro da Cidade. Quando não é a calçada rota, é um obstáculo. As rampas, os acessos, as escolas não têm acessibilidade depois da criação da Secretaria, assim como em inúmeras outras Secretarias que foram criadas, que não representaram resultado nenhum.

Apoiei e votei a favor da Secretaria Municipal dos Direitos Animais, porque acho que é uma pauta, vejo que há uma demanda que precisa ter uma reposta, e demos um voto de confiança ao Prefeito. Agora, a proposição açodada de uma Secretaria do Trabalho, eu não vejo outro motivo, senão esvaziar as competências do atual Secretário Valter Nagelstein, que é o titular da SMIC. Infelizmente vejo isso! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Toni Proença; colegas, é verdade, eu creio, Ver. João Dib, que não avisaram o Valter Nagelstein. Ver. Cecchim, vão acabar com a SMIC, me desculpe, nós fomos Secretários da SMIC. Uma das atividades fundamentais da SMIC é a propulsão do desenvolvimento econômico com geração de trabalho e renda. Como é que se faz isso? Com trabalho e com emprego. Todos os grandes programas que utilizam o dinheiro do FAT, do PETI, etc. e tal são feitos pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, em que, em nossa gestão - depois com a sua gestão -, fizemos um conjunto de atividades que são fundamentais para que as pessoas acessem o mundo do trabalho, porque o grande problema atualmente, Mauro Zacher, é a questão da formação para o mundo do trabalho. Esse é o problema. Eu digo que vão acabar com a SMIC, mas, em certo sentido, também vão acabar com a Secretaria Municipal da Juventude também, porque a Juventude trata de um conjunto de programas de formação para o mundo do trabalho.

Eu, se Prefeito fosse, trataria de compor uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico, inclusive criando um conjunto de funções dispersas em uma única Secretaria. Se Prefeito fosse, Dib, eu faria uma revolução na Acessibilidade, meu caro Ver. Comassetto, que tem trabalhado o tema da acessibilidade com galhardia, na Secretaria Municipal de Transportes, ou seja, na Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre, porque ali há as condições para fazer isso. Hoje, essa Secretaria, que nem sei a sigla, a “Secretaria de Acessibilidade”, é uma Secretaria que não existe, é fantasma.

Tem mais: há um conjunto de questões que hoje poderiam, quem sabe, ser feitas pela Secretaria dos Direitos Humanos e Segurança Urbana, e não sei se são feitos porque eu não tenho notícias, é outra Secretaria que tinha uma atividade razoável e que hoje virou uma secretaria-fantasma.

Então, eu acredito que este é um bom debate. Que bom que esta Câmara hoje esteja discutindo política porque, na segunda-feira, me impediram de fazer um debate político; eu o fiz por meios transversos, mas, na quinta-feira, amanhã, eu vou ter o meu período de Comunicações, e não o de Grande Expediente. Ver. João Dib, Vossa Excelência deu “nó em pingo d’água” na segunda-feira para me colocar em uma saia justa, mas eu estou explicando aqui que seria o meu período de Comunicações na quinta-feira; o de Grande Expediente na outra semana. Então, devagar com o andor.

Mais CCs: isso já foi explicado aqui, é a farra dos cargos de confiança. Eu estou pela opinião que sempre tive, ou seja, mais governo, mais eficiência se faz com cargos de carreira, como Vossa Excelência passou em um exame - não sei se na época era concurso, mas, no mínimo, tinha exame ou tinha alguma questão para entrar na Prefeitura -, e Vossa Excelência, Ver. João Dib, foi funcionário de carreira. Então, nós precisamos de um Quadro estável de servidores, como temos um Quadro estável aqui, na Câmara Municipal.

Portanto, Ver. Mauro Pinheiro - V. Exª, que é um empreendedor -, eu acredito que estamos indo na contramão da história.

 

O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Adeli, pelo jeito, a SMIC vai, agora, ser fiscalizadora em emissão de alvará, ou nenhuma nem outra vai fazer nada. Vamos terminar com a SMIC para criar mais uma Secretaria, para criar mais oito cargos, além desses novecentos e tantos que já existem. Muito obrigado, Vereador.

 

O SR. ADELI SELL: Na verdade, as fiscalizações deveriam permanecer nas suas Secretarias, mas deveria haver um birô integrado de fiscalização, como nós fazíamos, Ver. Cecchim, inclusive ações conjuntas de fiscalização com todas as Secretarias.

Portanto, minhas senhoras, meus senhores, na contramão da história, querem criar mais uma Secretaria Municipal. Vão acabar com a gloriosa Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio.

Eu, se fosse o Secretário Valter Nagelstein, assim que tivesse sabido da entrada deste Projeto, teria pedido demissão e voltado para a Câmara Municipal, porque a SMIC vai deixar de existir. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente do trabalhos, Ver. Toni Proença; Vereadoras, Vereadores, eu queria tranquilizar o Ver. Adeli Sell e o Ver. Mauro Pinheiro. Eu não sei se o Ver. Adeli Sell quer deixar uma SMIC forte para o Ver. Mauro Pinheiro assumir no futuro, mas posso tranquilizá-los no sentido de que o Ver. Valter Nagelstein, além de estar fazendo um grande trabalho na SMIC, cuidando muito bem dos cursos que a SMIC proporciona, foi consultado, sim, pelo Prefeito Fortunati e teve a grandeza de pensar na Cidade. E, certamente, ele já deu muitas contribuições ao Prefeito para que a SMIC continue desenvolvendo um papel importante na Administração.

Por isso, não se preocupem com o Secretário Valter, ele continua Secretário importante, capaz, competente e com a grandeza de concordar e sugerir ao Prefeito as tarefas que a SMIC de agora e do futuro poderá executar para continuar ajudando no desenvolvimento da cidade de Porto Alegre.

Quando eu fui Secretário da SMIC, criou-se o Sine municipal - e eu posso falar dessa matéria. Fomos ao Ministério do Trabalho e conseguimos fazer o Sine municipal, a municipalização do nosso Sine. Conseguimos fazer o Procon municipal.

Agora, eu não fiz o Sine municipal para mim, para o Secretário Cecchim, nem para o Secretário Valter; a Coisa pública pertence à população, ela não é de um Secretário ou de outro Secretário; ela é da administração da Cidade, ela é da Cidade. As Secretarias pertencem à Cidade. Cada um tem a sua opinião, cada gestor tem a sua opinião, Ver. João Dib, e V. Exª, que foi um grande Prefeito da cidade de Porto Alegre, sabe que cada um tem o seu estilo de governar.

O Prefeito José Fortunati, certamente, optou por ter uma Secretaria específica do trabalho. Em nenhum momento, perguntei ao Prefeito, mas conversamos sobre o assunto antes, e o Prefeito não quer diminuir ou reduzir a importância da SMIC. A SMIC vai continuar importante, vai continuar fazendo as tarefas que lhe cabem, a fiscalização, a concessão do alvará... A SMIC tem muitas atividades. Aliás, ela nunca foi tão reconhecida como merece, apesar de ser uma Secretaria importante, de múltiplas atividades na Cidade, mas ela não deixará, tenho certeza, de continuar a exercer com competência, com o Secretário Valter, as tarefas que lhe cabem.

Então, fiquem tranquilos, Vereadores Adeli e Mauro Pinheiro, porque o Secretário Valter Nagelstein não está preocupado com isso; ele está preocupado em continuar a grande gestão que está fazendo na SMIC. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores, Vereadoras; público que nos assiste, a discussão hoje é sobre este Projeto que entra em Pauta, da criação de mais uma Secretaria no Município de Porto Alegre. O que está em debate aqui, Ver. Mauro Pinheiro, Ver. Mauro Zacher, Ver. João Antonio Dib, não é simplesmente a criação de mais uma Secretaria; é o modelo de gestão que está implantado e quais são os seus resultados. Esse é o problema, porque é um governo que elaborou alguns princípios, Ver. Mauro Zacher, uma gestão que trabalhava na transversalidade, que apresentou um Projeto por programas, mas que, quando vai executar a sua gestão, cria um conjunto de Secretarias que esfacela as ações. É isso que nós estamos discutindo, e é essa a discordância que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos apresentando para o debate.

Será que, para construirmos a política do trabalho, a política da geração de emprego, nós precisamos criar mais uma Secretaria, ou nós podemos concentrar numa política de desenvolvimento econômico? Nesta política de desenvolvimento econômico, está a geração de renda, está a constituição e instituição de novas empresas, está a geração da tecnologia, está um conjunto de políticas setoriais. Prezado Presidente Toni Proença, eu vou conceder um aparte ao Ver. João Antonio Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, como sempre V. Exª fala com brilhantismo, fala até com acerto...

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado.

 

O Sr. João Antonio Dib: Mas eu gostaria de dizer que toda a minha reclamação, já que eu fui citado antes, é porque o PT criou muitos cargos, criou muitos Cargos em Comissão, criou muitas vagas para estagiários. Veja que esse livro é do PT. (Mostra livro.) Em 1985, nós tínhamos, entre ativos e inativos, na Prefeitura, 17.138; em 1992, tínhamos 22.782. O número de servidores aumentou em 5.644, e foram criadas vagas de estágios às centenas. Então, é isso que me preocupa no conjunto de todas as coisas.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, eu agradeço a sua contribuição, e o senhor só afirma a tese que eu venho defender aqui, porque, se o senhor criticava o PT, que já saiu do Governo há sete anos, que criou alguns CCs, no momento em que a atual gestão, que iniciou com o Fogaça e continua até hoje, criou, além do que existia, mais 300 CCs e criou, além do que já existia, mais de mil vagas de estágios. Portanto, se existia uma crítica a essa política, dizendo que ela poderia estar sendo usada, agora, sim, isso perdeu o controle total. E o que nós estamos dizendo aqui é que temos que buscar eficiência e eficácia na gestão. Por exemplo, Verª Maria Celeste, nós estamos, hoje, no início do mês de agosto. Sabe quanto foi executado do Orçamento previsto, prezado Ver. Toni Proença, dos R$ 668 milhões que estão no Orçamento para investimentos? Foram executados somente R$ 150 milhões, ou seja, 25%. Isso é uma questão de gestão. E por que esta gestão executa tão pouco? Porque está setorizada, está esvaziando Secretarias e criando outras, sem o seu corpo técnico. Isso não é correto sob o ponto de vista de uma gestão que busca a integração. E, neste caso, é verdadeiro: a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio está sendo esvaziada, e não é só por lá estar o Ver. Valter Nagelstein, é porque não concentra uma política, mas dispersa, e isso está na contramão da gestão, sob o ponto de vista da eficácia e eficiência. Portanto, nós precisamos discutir muito. Mais uma Secretaria só para cargos, não! Nós queremos política que incida na sociedade. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h52min.)

 

* * * * *